quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

Curtas d'Orfeu Dezembro 2003

Circuito OuTonal a caminho da meta
O OuTonalidades 2003 já vai alto. Percorre-se em Dezembro a recta final do circuito, que terá a sua meta no bard'O a 20 de Dezembro. Para trás ficaram inúmeros concertos em bares de três concelhos diferentes (Águeda, Aveiro e pela primeira vez Vale de Cambra). Noites para recordar até ao momento nesta edição: Toques fulgurantes no Dunas Bar; uma noite inesquecível na Pizzaria para todos os que assistiram ao Paraíso; estreia do novo grupo da casa inspirado nos 4 de Liverpool, "Tio BiTle". Recomenda-se vivamente uma passagem por estas noites de OuTonalidades. É que depois...só lá para o Outono!

Semeando cooperação no Recife
O Seminário "aRTE sOCIAL" decorre no Recife (Brasil) neste início de Dezembro. É a primeira cooperação da d'Orfeu com organizações da América Latina, da qual, de esperam nasçam bons frutos para a colheita da mobilidade Juvenil d'Orfeu em 2004. A coordenação da visita, com Luís Fernandes e Luís Silva no terreno, centrará atenções na utilização das Artes como ferramenta de desenvolvimento social junto dos jovens. O programa prevê visita às favelas, descobrindo o trabalho comunitário que ali se realiza com os jovens em torno da música, da dança, da capoeira e do teatro.

Reagendado Tributo a Adriano Correia de Oliveira
O tributo que teria lugar em Águeda em Outubro fora cancelado após a notícia da morte do Sérgio Mestre, um dos músicos do elenco do Coro dos Tribunais. Assim, o tributo nacional a Adriano Correia de Oliveira terá finalmente lugar, em nova data e local: a 13 de Dezembro, pelas 21:30 no Cineteatro São Pedro. Não ficam nunca os tributos por prestar.

d'Orfeu é Judeu d'Ouro
A ANATA - Associação dos Naturais e Amigos de Águeda, anunciou a atribuição dos galardões "Judeu d'Ouro 2003", que distinguem anualmente as pessoas e instituições que mais se destacam no concelho de Águeda. Este ano são galardoados: Paulo Sucena (personalidade), Natasha Derkash (desportista) e d'Orfeu - Associação Cultural (instituição) A d'Orfeu foi eleita a Instituição do Ano e a entrega do troféu acontece a 6 de Dezembro, numa cerimónia organizada pela ANATA. Congratulamo-nos por mais este reconhecimento da comunidade onde escolhemos, por vocação e paixão, desenvolver este percurso cultural que já leva 7 anos.

Ecos dos CantAutores no Sons em Trânsito
As tiradas de alguns dos críticos da imprensa especializada, que viram o concerto "Os CantAutores" na abertura do Sons em Trânsito:
"...como prémio pelo clima de festa, ganham o direito a um encore que traz "As sete mulheres do Minho" em versão jam-session e o nascimento de um novo género: o rancho'n'roll, cruzamento entre o folclore português e uma atitude muito rockalhada, que caiu bem." in Público, 24.11.2003
"...ao vivo se transforma numa lindíssima homenagem - ao mesmo tempo respeitosa, divertida, apaixonada... - à música de José Afonso, Fausto e Sérgio Godinho. Em palco, o grupo transfigura-se e faz do concerto uma folia absoluta."in Blitz, 25.11.2003

quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

Como uma canção num disco faz o mundo pequeno (sendo o Brasil tão grande)!


Já contei a história a meio mundo. No próprio dia não resisti a enviar por e-mail um relato corrido daqueles momentos de emoção no Recife.

A nossa ida ao Brasil aconteceu porque pensámos, há uns meses, ali ser possível descobrir o conceito de "aRTE sOCIAL", juntando gente das artes de toda a América Latina e de alguma Europa. E pensámos nisso porque em Março passado nos cruzámos com a Anna Maria – brasileira não de gema, pois nasceu dos genes de pai nordestino e de mãe sueca! - e, desse contacto, surgiu a iniciativa de dinamizarmos o primeiro evento d’Orfeu à distância. Já corremos algum mundo, é certo, mas nunca tínhamos tomado em mãos a organização de um evento que não acontecesse em Águeda. Foi mesmo a primeira vez e, por sinal, excelente estreia.

A Anna Maria e o pai, Anacleto Julião, – fixem estes nomes para o resto da história – foram, durante meses, as pessoas de contacto no Recife para que, através da organização Mirim Brasil, fosse assegurado o suporte logístico local de toda a acção.

Dizia eu que, naquele 4 de Dezembro, ao terceiro dia da visita, enviei um correio electrónico emociado para os colegas na d’Orfeu (lá nos Brasis estava só eu e o Luís Silva), mensagem que depois fui repetindo para gente que sabia ficaria tocada com a história. No calor da emoção e do tempo que lá faz nesta altura, escrevi assim:

Hoje, pela manhã visitámos pontos vários de interesse, entre os quais o monumento "Tortura Nunca Mais". Ali eles tinham preparado uma pequena cerimónia, para explicar todo o tempo de ditadura no Brasil nos meios de 1900 e das torturas, com flores a serem depositadas pelos participantes estrangeiros da Visita. Após uma intervenção já de si emocionada, o Anacleto anunciava que iam passar uma música de homenagem, ali mesmo e nesse momento, às vítimas da tortura simbolizadas naquele monumento. Eu pensei logo em, de seguida à música que eles iam fazer ouvir, chegar-me à frente e cantar também o "Alípio de Freitas" (mesmo a capella), do Zeca Afonso, tema grato que tenho na cabeça e que retrata a história verídica passada no Brasil ao tempo por esse português, Alípio de Freitas. Mais oportuno que naquela cerimónia? Tão oportuno que, entretanto começa a música que o Anacleto tinha anunciado e era ... o Alípio de Freitas! do nosso CD Os CantAutores! Fiquei pasmo com a antecipação. Puxaram-me para a frente, com a música sempre a tocar e acabei a cantar junto, já na quadra final:

"Diz Alípio à nossa gente
Quero que saibam aí
Que no Brasil já morreram
Na tortura mais de mil

Lá no sertão nordestino
Há p'ra lá tanta pobreza
Com Francisco Julião
Forma as Ligas Camponesas"

Coisa mais bonita, naquele momento! Nunca palavras cantadas tiveram tanto significado como ali. O Anacleto Julião toma de novo a palavra e acrescenta: obrigado ao Luís e à d'Orfeu por esta homenagem, ao gravarem esta música que tanto significado tem para nós. Só por isso tínhamos que vir aqui junto ao monumento (estava eu ainda parvo de eles pegarem na música para fazer aquilo). Mas o que o Luís não sabe é que aquele personagem a quem Alípio de Freitas se juntou para formar as Ligas Camponeses (foi um movimento oposicionista muito importante no Brasil à época), que o Luís canta no final da última quadra, chamando Francisco Julião, esse... era meu pai. Era o avô de Anna Maria! (Francisco Julião, o grande e heróico brasileiro que, ali mesmo ao lado do monumento, tem uma lápide de homenagem.)
Eu não tive reacção - houve quem contasse e me dissesse depois - uns 2 minutos.
O Silva estava estupefacto.
Os visitantes dos 11 países todos incrédulos.
Ao pessoal do Mirim (Victor, Sylvia, Felipe, Rozinha, Anna Maria, Anacleto e os outros) cairam lágrimas.

Viemos a armar esta parceria (que está [estava, esteve e foi] a ser de categoria máxima) com gente que, já depois da iniciativa a rolar, descobriu aquela quadra no CD e aguardou o momento de fazer esta surpresa hoje. E andávamos a cantar um nome de um fulano que, por obra do destino, é o orgulho de família para pessoas com quem nos cruzámos por tudo menos por isso.

Vá-se lá entender o Brasil ser tão grande, mas o mundo tão pequeno. O momento e a forma como Anacleto fez aquilo, foi de se abrirem os céus. O Anacleto falou-me da estima que a sua mãe tem pelo "Padre Alípio". Quase prometi que havia de o localizar em Portugal - já me têm dito que vive por aí, mas nunca consegui encontrar a ponta do novelo que nos levasse até Alípio de Freitas.

Tinha vontade que todos vocês tivessem presenciado aquele momento. Fica o relato possível daquilo que não tem descrição.

À tarde fomos para as favelas, ver grupos de miúdos fazer coisas lindas orientadas por animadores voluntários, de teatro, dança, capoeira. Eis a aRTE sOCIAL!
Abraço e obrigado.

Luís

Hoje, já de volta ao Inverno cultural destas paragens, continua a
chover ternura de quem ouve a história. Percebi que é por estes momentos belíssimos e irrepetíveis (sic) que valem a pena todas as torturas por que passamos e nos fazemos passar.

PS: Com esta agora é que eu não contava: ao escrever esta crónica, dou por mim que 4 de Dezembro – o dia dessa emoção no Recife – é o dia da fundação da d’Orfeu. Precisamente oito anos antes, nesse mesmo dia, fundavam-se em Águeda os sonhos de partilha que o episódio do Recife veio alimentar. Penitencio-me de não ter dado por mais essa coincidência feliz, mas decorre seguramente do facto de não ser costume organizarmos os jantares de aniversário. Mea culpa…

terça-feira, 25 de novembro de 2003

Reagendado Tributo a Adriano Correia de Oliveira

espectáculo de tributo nacional a Adriano Correia de Oliveira
pelo Coro dos Tribunais

sábado 13 Dezembro . 21:30
Águeda . CINE-TEATRO SÃO PEDRO

O tributo que teria lugar em Águeda em Outubro fora cancelado após a notícia da morte do Sérgio Mestre, um dos músicos do elenco do Coro dos Tribunais. Aqui, a notícia apanhou de surpresa o público que, na generalidade, conhecia o Sérgio Mestre, das várias vezes que passou na d’Orfeu. Não ficam nunca os tributos por prestar.

Posts relacionados:
http://dorfeu.blogspot.com/2003/10/ao-sergio-mestre.html
http://dorfeu.blogspot.com/2003/10/adriano-correia-de-oliveira.html

domingo, 16 de novembro de 2003

Curtas Novembro 2003

Os CantAutores na abertura do “Sons em Trânsito”
O espectáculo “Os CantAutores” estará na noite de abertura do Festival “Sons em Trânsito” a 20 de Novembro no renovado Teatro Aveirense, em Aveiro. Do cartaz do festival, cuja honra de abertura cabe à associação aguedense juntamente com os também portugueses Attambur, constam ainda nomes de luxo como The Klezmatics, Kimmo Pohjonen ou Ojos de Brujo, entre muitas outras estrelas da world music actual. Tudo sobre o “Sons em Trânsito” em http://www.set.com.pt/

Curso de Gaita de Foles na d’Orfeu
A d'Orfeu organiza o II Curso de Gaita de Foles, dirigido essencialmente a músicos, a decorrer no seu Espaço a 15 e 16 de Novembro.
Victor Félix e Mário Estalisnau são os membros da Associação Portuguesa para o Estudo e Divulgação da Gaita de Foles que irão orientar o curso de 2 dias, a tempo inteiro.¨ Após um primeiro curso orientado por Paulo Marinho e Gonçalo Marques, a formação em gaita de foles na d’Orfeu terá neste ano uma segunda fase, depois do arranque em 2002.

Festival de Marionetas em Valongo
A Casa do Povo de Valongo do Vouga promove, pelo segundo ano, a Casa Mágica - Festival de Marionetas, com uma programação internacional dirigida a todos os públicos, a ter lugar de 21 a 23 de Novembro de 2003 em Valongo do Vouga. A d’Orfeu é parceira da iniciativa, dado o seu formato e a sua oportunidade junto do público local e regional - facto com o qual nos sentimos comprometidos - e principalmente pela qualidade da programação que Beto Hinça (director artístico do festival) juntou nesta 2ª edição.

Próximas paragens: La Rochelle e Budapeste
Sucedem-se as acções de mobilidade europeia em que a d’Orfeu se vê envolvida. No segundo fim-de-semana de Novembro far-se-á a visita preliminar a La Rochelle (no sul da costa atlântica de França) onde se virá a realizar em 2004 um intercâmbio sobre migração juvenil. Já em Budapeste (Hungria), de 9 a 16 Novembro, decorre o Seminário “Mainstreaming Human Rights and Intercultural Dialogue in Minority youth Co-operation”, com a presença de um representante d’Orfeu.

quinta-feira, 13 de novembro de 2003

d'Orfeu coordena seminário eurolatinoamericano no Recife

A Comissão Europeia anunciou a realização do Seminário Euro-Latinoamericano "aRTE sOCIAL", que se realizará na cidade do Recife, no Brasil, de 1 a 8 de Dezembro próximo. Importância inédita assume o facto, uma vez que cabe à d'Orfeu a coordenação técnica e a dinamização de toda a acção. Dois responsáveis da associação portuguesa (Luís Fernandes e Luís Silva) assumirão a coordenação do Seminário no terreno, junto de representantes europeus e latino-americanos.

Trata-se de um Seminário financiado pelo Programa Juventude, no qual participarão 10 organizações juvenis artísticas da Europa (Portugal, Espanha, França, Itália e Bélgica) e da América Latina (Brasil, Peru, Equador, Uruguai e Nicarágua), a acontecer em solo latinoamericano, centrado na temática da utilização das Artes como ferramenta de desenvolvimento Social junto da comunidade juvenil, pondo em confronto as realidades europeia e latinoamericana. Tal contacto e observação dará às organizações artísticas juvenis europeias, a possibilidade de desenvolver uma perspectiva social das Artes (na Europa disponíveis quase exclusivamente para mera fruição), com base na experiência das organizações latinoamericanas congéneres, que actuam principalmente junto de classes desfavorecidas.

A ligação da d'Orfeu à temática social

Remonta já a todos os seus anteriores projectos no âmbito do Programa Juventude, a ligação da d‘Orfeu à causa artística. Aliás, toda a actividade da associação se centra nas artes para e pelos jovens. Também a questão da sua utilização como ferramenta social e de inclusão é um tema que a vem mobilizando cada vez mais. Entretanto, surgidas diversas oportunidades de cooperação com países terceiros (nomeadamente Mediterrâneo e América Latina, depois de ter já estabelecido parcerias e projectos com o Sudeste Europeu em 2002), a d’Orfeu promove esta Visita, a acolher por uma organização de cariz social no Brasil (a Mirim Brasil, com quem a d’Orfeu estabeleceu esta parceria a partir do Seminário Eurolat em 2003), na qual se encontrem e debatam organizações europeias e latinoamericanas ligadas ao trabalho artístico e criativo dos jovens. Mais pertinente se torna o local de acolhimento, pela intensa dimensão social que encerra qualquer tipo de trabalho com jovens em países como os da América Latina. É local onde faz sentido a utilização das artes como forma de inclusão dos jovens e onde as organizações europeias podem captar, directamente na fonte, a capacidade de potenciar essa ligação, com vista ao seu trabalho com jovens na Europa. Das organizações europeias que estarão presentes, espera-se um efeito multiplicador das boas práticas sociais nas suas comunidades de origem, estimulando a utilização das artes (música, teatro, circo, dança, poesia, etc), com base na experiência que tenha sido esta Visita e os contactos no terreno que ela prevê com as organizações latinoamericanas que ocupam positivamente os jovens desfavorecidos em manifestações artísticas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2003


Está aí a 7ª edição do OuTonalidades! O circuito regional de música ao vivo pelos bares da região regressa a 31 de Outubro. Uma programação ininterrupta de oito fins-de-semana fará de Águeda e outros concelhos, destino cultural privilegiado de todos os públicos nocturnos. Até 20 de Dezembro, acontecerão mais de 20 animações, rotativamente pelos 13 bares do distrito de Aveiro por onde passará o evento.

Com o evento pretendem-se cativar-se os públicos para propostas inovadoras em termos artísticos, provocando uma migração que faça deste circuito inédito, ponto de referência regional e nacional. Inovador nesta edição é o facto de, pela primeira vez, se incluirem na programação, para além de música de todos os géneros musicais, propostas de espectáculos músico–teatrais e também café-teatro. Muitos dos espectáculos propostos pela programação deste ano são mesmo criações da própria d’Orfeu, entidade organizadora, fazendo convergir para o mesmo evento os esforços de áreas de acção diferentes mas igualmente marcantes na actividade da associação.

Nesta edição, pela segunda vez, se alarga o raio de acção do OuTonalidades até bares de outros concelhos que não Águeda. Assim, também os concelhos de Aveiro, Ílhavo e Vale de Cambra farão parte do roteiro este ano.

Cabe, aliás aos bares, o grande mérito deste tipo de programação, sendo que a sua participação no evento vem dependendo de uma forte vontade também cultural. Para além de cada um dos bares aderentes, será também anfitrião da programação do OuTonalidades 2003 o bard'O no Espaço d’Orfeu, onde aliás começa a 31 Outubro e encerra o evento a 20 de Dezembro onde se espera, à semelhança dos anos anteriores, o encontro de todos os participantes do evento.

A produção executiva e coordenação do “OuTonalidades” são asseguradas pela d'Orfeu - Associação Cultural, em parceria com Oficinas de Música Bau.uau. A Câmara Municipal de Águeda apoia institucionalmente o evento, como é hábito. O OuTonalidades é considerado evento de superior interesse cultural pelo Ministério da Cultura, no âmbito da actividade global da d'Orfeu.

Há motivos para se multiplicar em 2003 a grande festa resultante das anteriores edições, que se sucedem anualmente desde 1997.

Bares participantes no OuTonalidades 2003
Apeadeiro Bar - Fermentelos
bard'O - Águeda
Bugatti Bar - Mourisca do Vouga
Drinky Bar - Mourisca do Vouga
Jotta’s Bar - Aguada de Cima
Pompeia Caffé - Mourisca do Vouga
Rami Bar - A-dos-Ferreiros
Suprema Ristorante - Águeda
Villa’s Bar - Águeda
Dunas Bar - Vale de Cambra
Olaria - Aveiro
Mondrian - Ílhavo
Sal Poente - Aveiro

Espectáculos em cena no OuTonalidades 2003
Encantos
Heart of Trio
Jorge Lomba
Miguel Calhaz
Tio BiTle
Toques
TriVenção
Uma Noite no Paraíso
Wine & Pine
ZéTó & JotaPê
4Portango




Programação



quinta-feira, 9 de outubro de 2003

Curtas Outubro 2003

Delegação italiana visitou d’Orfeu em funcionamento
Uma associação italiana de Senise - ISELM -, cumpriu um roteiro itinerante a visitar e a conhecer o funcionamento de associações congéneres na Europa. A d’Orfeu foi também visitada no início de Outubro por este italianos, durante 2 dias, com o objectivo de estudar e reportar o fenómeno da intensa actividade desenvolvida pela d’Orfeu a partir de Águeda para o mundo.

Toques em Águeda como na Sérvia

Neste OuTono, a d’Orfeu estará em cena com “Toques”, um concerto musical que cruza repertório de vários outros espectáculos recentes da d'Orfeu (do "Biombo da Festa" até ao "Toques do Caramulo"), envolvendo também novos músicos, sempre cruzando a beleza singular de temas tradicionais locais com um grande fulgor rítmico nos arranjos sobre o nosso cancioneiro serrano.
Com “Toques”, a d’Orfeu fará uma tournée na Sérvia e Montenegro (ex-Jugoslávia) de 23 a 30 de Outubro, com vários concertos em Belgrado e outras cidades principais, num convite que desvenda a crescente empatia do público jovem dos Balcãs para com estas músicas.
Antes e depois, Águeda poderá conhecer este espectáculo, primeiro no Fescut a 11 de Outubro e, depois, já em Novembro durante o OuTonalidades 2003.

Representações em Altamura e em Manresa

A Europa tem dado à d’Orfeu a oportunidade de se conhecerem e de se tratarem por tu. Daí que, com o continente em contacto, não reconheçamos já fronteiras e nos refiramos aos locais pelo seu próprio nome e pelo do país, tal como em todo o lado respondemos por Águeda como origem.
Daí que Altamura e Manresa sejam mais dois pontos de contacto da d’Orfeu com a Europa da mobilidade juvenil (no caso da pequena cidade do sul de Itália, onde estaremos na acção “Animação de rua para uma cidadania activa” de 15 a 23 de Outubro) e a do grande mercado cultural europeu (que mais uma vez não nos passa ao lado, com presença d’Orfeu na pequena cidade catalã que promove a Feira de Cultura Tradicional de Manresa nos últimos dias dos mês). Lá estaremos.

OuTonalidades é circuito regional
À bica para sair nesta estação cultural, está o evento mais antigo e duradouro da d’Orfeu: o incontornável OuTonalidades. É já a 7ª edição e, este ano, há propostas de café-teatro, humor, animação e, como sempre, todos os géneros de música.
Esta 7ª edição terá um reforço de adesão de bares de todo o distrito de Aveiro, não se confinando o evento ao concelho de Águeda, embora seja aqui o epicentro da festa que se multiplica ano após ano. Neste OuTono, o roteiro OuTonalidades arranca a 31 de Outubro.

sábado, 4 de outubro de 2003

Ao Sérgio Mestre

Com o Serginho Mestre nos vínhamos cruzando, ora aqui em Águeda na d'Orfeu (onde tocou com o inseparável Zeca Medeiros no "Cinco Anos É Todos Os Dias"), ora em Tavira (após um concerto "Os CantAutores" foi nosso cicerone pelas ruas), ora invariavelmente em Tondela (a ACERT é um ponto de muitos encontros)... Ontem contávamos apenas com mais um abraço dele!

Uma geração mais novos, não suspeitaríamos nunca do seu percurso musical, se não nos contassem ou se não estivesse inscrito nos incontáveis discos em que participou. Tocava e convivia connosco com o mesmo desprendimento e simplicidade com que o terá feito com os grandes Zeca Afonso, Adriano e todos os outros.

O corpo traiu-o quando fazia o que mais gostava: a tocar, de preferência num palco cheio de amigos, como era o caso anteontem em Lisboa, onde se prestava tributo a Adriano Correia de Oliveira, na véspera de o fazer no palco do CEFAS em Águeda.

Aqui, a notícia apanhou-nos de surpresa e ao público que, na generalidade, conhecia o Sérgio Mestre. Guardamos a esperança de que não fiquem os tributos por prestar.

Uma abraço e obrigado, Sérgio Mestre.

sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Verão intenso de mobilidade europeia para jovens de Águeda

Não estaria previsto tal resultado, quando em Dezembro passado a d’Orfeu juntou à mesa, em Águeda, organizações artísticas de 20 países europeus. Terá sido esse Seminário "d’Orfusão +" uma das mais bem sucedidas acções do Programa Juventude em Portugal, no que toca ao seu efeito multiplicador de resultados: desse encontro internacional nasceram 9 (nove!) diferentes projectos de cooperação juvenil a realizar um pouco por toda a Europa, sempre ligados à temática artística. Esboçados e discutidos em Águeda por parceiros de várias latitudes, todos esses 9 projectos (7 intercâmbios e 2 seminários), sem excepção, foram aprovados pelos respectivos países e apoiados pela Comissão Europeia!
Durante 2003, a Europa ficou mais perto de Águeda pois esses intercâmbios e seminários vieram a ter lugar um pouco por todo o lado: na Alemanha, na Eslováquia, na Eslovénia, em França, na Macedónia, na Polónia, na Roménia e em Portugal.

A d’Orfeu, que até aí vinha tendo um percurso já intenso de ligação ao meio juvenil europeu, alargou de vez as suas fronteiras e passou a ser parceiro privilegiado e recorrente para uma série de organizações juvenis de vários países, com especial incidência nas novas nações do leste da Europa, cujos jovens são ávidos de partilha. Dessas ligações, cada vez mais estreitas, resultou um sem-número de oportunidades, muitas vezes únicas e em condições irrepetíveis, para dezenas de jovens de Águeda.

Dessas experiências se reproduzem, nesta crónica alargada, as memórias produzidas por jovens participantes em algumas das acções no estrangeiro durante este último Verão. Percorrem-se, nestes testemunhos, sentimentos de autenticidade daquilo que foram as pequenas epopeias das comitivas que abalaram de Águeda.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Ljubljana (Eslovénia)
24 de Junho a 4 de Julho 2003

comitiva: Bruno, Adrien, Carlos, Tutty, Gonçalo, Bruno Abel, Francisco e Nuno

Kidz on Streedz

Fim de Junho, um grupo de músicos portugueses chega à Eslovénia. São oito rapazes e têm três objectivos. O primeiro, oficial: numa semana criar um espectáculo com outros jovens europeus para apresentar em 2 festivais. Os dois outros: aproveitar e fazer aproveitar. Chamam-se os «Kidz on Streedz».
Ljubljana, «a minha querida» em esloveno, é a capital da Eslovénia. Uma cidade simbólica dum país explosivo. Nascida com a desagregação da ex-Jugoslávia, a Eslovénia é o mais rico dos países balcânicos. Em Ljubljana, um espírito juvenil de liberdade e de alegria de viver parecem existir. As associações culturais, locais de concertos, bares para espectáculos, aparecem, às vezes mesmo dentro de antigas prisões.
É no Metelkova, um antigo centro de detenção da polícia política jugoslava, tranformado desde há 10 anos em squatt artístico, onde a associação Kud concentrou os três grupos artísticos do intercâmbio a ensaiar durante 15 dias. Um sítio mágico, imenso, totalmente dedicado aos jovens artistas e à liberdade criativa. O projecto «Kidz on Streedz », com subsídios europeus, teve para objectivo de criar um espectaculo para dois festivais, em Ljubljana e em Maribor, respectivamente a capital e a segunda cidade do país. Participaram um grupo de danças romeno, um grupo de percussão polaco e os nossos oito músicos de Águeda.
Felizes, Gonçalo, Adrien, Bruno, Bruno, Nuno, Francisco, Carlos e Tutti, conseguiram a comunicar com os romenos e os polacos e fizeram o espectáculo. Mas não se ficaram por aí. Fora dos concertos e dos ensaios programados, decidiram frequentar ao máximo a movida da cidade, com ou sem os instrumentos. E, claro, apreciar as queridas raparigas de Ljubljana.
No Birdland, um pequeno jazzclub, os nossos músicos fizeram uma "jam session" comunicativa. Sentados nas cadeiras do público, tocaram até ao fecho do bar. Depois, sem se aperceberem, foram convidados por pessoas do público para uma outra festa, numa dessas noites fantásticas de Ljubljana onde pessoas de diferentes origens se juntam para festejar. E aí, os músicos portugueses mostraram o que sabem fazer.


Caen (França)
27 de Junho a 8 de Julho 2003
comitiva: Marisa, Roberto, Joana, Diogo, Anabela e Sandra

No More Prejudices

Depois de uma visita de preparação em Maio dos responsáveis d’Orfeu Marisa e Roberto, o grupo português esperava uma boa organização.... Eis que chegados: como traduzir o tema do intercâmbio "No more prejudices" e também a condução do espectáculo final pela Art director, Virginie "the Butterfly"? Apesar de não ter chegado a perceber, o grupo português conseguiu atingir o objectivo de se fundir com os outros grupos europeus..
Rir. Chorar a rir. Rir até as lagrimas... Esta primeira tentativa, feita pela Caroline, de organizar um intercâmbio, revelou-se uma boa experiência a nível humano, correspondendo aos principais objectivos da comunidade europeia, embora pecando na comida ou, devido às horríveis condições climatéricas, numa alternativa de alojamento debaixo de tecto em vez de tendas para os seus jovens convidados.
Não foi um dos melhores intercâmbios, mas a vontade de todos se juntarem e criarem um espectáculo final, fez com que de uma abóbora se fizesse um carro!!!


Águeda (Portugal)
15 a 29 de Julho 2003
grupo português: Silva, Joana, Tito, Gonçalo, Diogo, Lúcia, Toma e Adrien

d’Orfusão III

Os 40 jovens artistas europeus que aportaram a Águeda em Julho (este ano sérvios, montenegrinos, húngaros e espanhóis), produziram em tempo-record uma performance colectiva em que a liberdade criativa foi o motor de todo o processo de fusão. O espectáculo final, uma espécie de curta-metragem ao vivo, rondou os extremos da condição artística: do abstrato ao inteligível, da tradição à inovação, do correcto ao provocador, do sombrio ao espectacular. A performance versou o mundo dos sonhos e o resultado dado a conhecer ao público reflectiu um sentimento por concretizar, tal como nos sonhos: um sobressalto dá fim ao espectáculo, no momento em que a bonança já se tinha sobreposto ao pesadelo...
d’Orfusão é o intercâmbio da casa! Uma acção grande e muito complexa. É o momento em que todos os viajados poem mãos à obra para acolher uma experiência colectiva na qualidade de anfitriões. Há três anos e três edições consecutivas de d’Orfusão que esse momento, em cada Julho, se grava na memória de mais uns quantos jovens que puderam viver a Europa na sua terra, 24h por dia, e contagia a população cultural que assiste, participativa, ao fenómeno juvenil de um pequeno mundo chamado d’Orfeu.


Olesnica (Polónia)
29 de Julho a 9 de Agosto 2003
comitiva: Paulo, Marisa, Óscar, Toma, Maria e Mabília

Crossing Time & Space

Com uma partida um pouco atribulada devido à festa final do intercâmbio "d’Orfusão III" na véspera, partimos para a Polónia sem saber muito bem o que nos esperava… vindo a descobrir que tinhamos a nossa espera 5 horas de sono nos bancos da sala de espera do aeroporto de Frankfurt.
À chegada fomos instalados nos quartos do Internato de Olesnica a funcionar dentro do castelo da cidade. Nessa mesma noite tivemos a oportunidade de travar conhecimento com parte dos participantes, vindos da Polónia, Espanha, Hungria e por último os Checos, que se vieram a revelar… portugueses de gema !! E com o Viriato e o Janela, que vieram de Lisboa, ficou completo o grupo de Portugal.
Começamos por integrar o workshop de teatro e a fazer o que o Andrew comandava!!! Mas após a primeira reunião de líderes ficamos a saber que não existia líder para a música nem tão pouco instrumentos. Sendo proposta ao Paulo a liderança e tendo ele aceite, parte do grupo português despediu-se do teatro e foi para a música… e toca a construir os instrumentos… sem os materiais, que tardavam!!!
Entre noites temáticas de cada país, em que o grupo português assustou com o seu bacalhau, que foi de imediato sorvido e, também, com a sua performance inspirada numa lenda ali mesmo inventada pelo Janela, tendo com actriz principal uma espanholita aniversariante (la Martita!) e apresentada nas masmorras do castelo.
A seguir, veio a visita a Wroclaw e o reencontro com a Natalia Saniewska (foi voluntária SVE na d’Orfeu em 2001), que nos fez as honras da cidade a até mesmo do país!
Próximo estava o grande dia e o final da composição sonora dentro do primitivo-improviso-celestial que encaixava perfeitamente na peça, baseada nos atributos de Eva e Adão. Peça que foi comme si comme ça poliglota, em que uma Eva polaca falava com um Adão portugûes, que respondia em inglês… e uma Morte a cantar em espanhol!


Bitola (Macedónia)
27 de Agosto a 5 de Setembro 2003
comitiva: Luís, Joca, João André, Silva, Fausto, Miguel e Rui

Dionis is Coming Back To Macedonia

Foi de noite a partida. Foi de noite a chegada. A estas juntaram-se as noites mágicas onde o "Coça a Barriga" português se juntava à "batucada" polaca (influenciada pelo samba) ou ao ritmo frenético da música búlgara ou à pirotecnia magnífica catalã. Cedo se percebeu que teríamos ingredientes q.b. para um espectáculo contagiante de alegria. O projecto coordenado artisticamente pela enérgica polaca Marzena era arrojado e com um tema explosivo: Dionis, Deus do vinho regressava a Macedónia. Foram-nos muito bem explicados pelos responsáveis locais todos os antigos ritos acerca das festas dionisíacas, para que melhor recriássemos uma delas. Festa a qual foi precedida de outras, com as performances de cada grupo a atrairem as atenções dos habitantes de Bitola, segunda cidade da Macedónia. Ao longo dos dias, foi-se criando uma certa cumplicidade com o público através da interacção com este, nomeadamente no concerto dos músicos portugueses em que pusémos o público a dançar a Dobadoira e a cantar o "Coça a Barriga"; a rua pedonal simplesmente "entupiu". Assim, o espectáculo final foi um culminar de uma temporada inesquecível, tanto para nós como para eles, visível no rosto feliz e surpreso por tanto fogo, tanta música, tanta animação, porventura rara num país vitimado anteriormente pela opressão (visível também nos grupos sérvios e bósnios) e em que o custo de vida é bastante superior ao português. Toda esta energia e animação contrastava com a paz do monte Pellister, local do nosso alojamento e dos workshops diários situados a 1200mts de altitude a a cerca de 15km de Bitola. No meio da natureza sem rasto de civilização, a alguns kms com vistas magníficas encontrávamo-nos num local belo e sossegadíssimo. No último dia para os portugueses (viemos um dia mais cedo por causa do concerto Os CantAutores na Festa do Avante), deu-se a apresentação do mesmo espectáculo em Ohrid, património mundial da UNESCO, com os seus monumentos (cerca de 100 igrejas e mosteiros) e um belíssimo lago (dos mais velhos do mundo) com águas límpidas convidativas a um banho relaxante ao fim da tarde durante uma viagem de barco. O local prometia, visto a apresentação decorrer num anfiteatro típico da Antiguidade Clássica, mas a adesão do público foi fraca e tivemos que fazer a festa (quase) sozinhos. Não foi por isso que o público saiu desprivilegiado ou desencantado com a loucura e fantasia desta mistura de portugueses, espanhóis, polacos, macedónios, sérvios, búlgaros e bósnios. E na hora da partida dos portugueses a emoção foi grande e a saudade ficou lá, mostrando que este sentimento pode deixar de ser exclusivo nosso.


Campina (Roménia)
7 a 14 de Setembro 2003
comitiva: Paulo, Fausto, Marisa, Rui e André

Rainbow Art Festival

Foi curto. Foi curto o intercâmbio. Foi curto o bom tempo. Devido a atrasos nos aviões ficámos um dia à espera de chegar à Roménia e depois de lá estar o sol foi de pouca dura.Chegou mesmo a impedir-nos de realizar a 2ª apresentação pública do espectáculo: o tempo não ajudou nos últimos dias nem à viagem turística a Sinaia nem ao acampamento no qual estivémos precisamente nos dias chuvosos.
Mas nem tudo foi assim. Foi boa a troca de experiências, a aprendizagem de outras culturas e também o espectáculo final. Construído a partir do tema Viajar (no fundo o que todos fizémos para chegar à Roménia) e com quatro partes distintas (os quatro workshops: aspectos cénicos, teatro, dança e música) mas que se complementavam e juntavam, foi um espectáculo feliz que fez rir a audiência. Seguindo a temática de Viajar, foi retratada uma viagem de comboio e como duas desconhecidas com incidentes na estação de comboio se podem tornar amigas através de uma série de episódios contrários às duas. Foi ainda uma oportunidade de crítica à sociedade actual visto ser mostrado durante a peça o suborno de um revisor e a brutalidade de oficiais fronteiriços. A música apesar de não ser típica de nenhum dos países participantes (Roménia, Portugal, Luxemburgo, Polónia e Eslovénia), foi bastante bem adaptada e alvo de uma imaginação excepcional com nenhum pormenor a ser descurado (como o assobio do comboio e o fecho das portas). Imaginação esta que também esteve bastante presente na dança que retratou o sentimento de ilusão.
O público gostou. Nós também. Mas depois foi logo o regresso e não pudémos conhecer melhor aquele país nem aquelas pessoas que tão bem nos acolheram e fizeram de tudo para que nos pudéssemos sentir bem.Para o ano há mais, disseram-nos eles. Esperamos...


::::::::::::::::::::::::::::::::::::


AS OPORTUNIDADES DO PROGRAMA JUVENTUDE

Sabia que todas estas acções foram financiadas em grande percentagem pelo Programa "Juventude" da Comissão Europeia? Jovens ou associações podem propor-se a acções concretas de intercâmbio, serviço voluntário, iniciativas locais, seminários ou visitas, a realizar numa série de países europeus e também noutras regiões do globo. É um programa aberto e disponível, com possibilidades incríveis para a mobilidade juvenil.

As delegações do IPJ ou o site www.sej.pt esclarecem todas as questões e apoiam a instrução de candidaturas.

Localmente, a d’Orfeu está apta a disponibilizar igualmente toda a informação e esclarecimentos sobre o Programa, bem como estimular o aparecimento de novos projectos nesta área.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::


O PERCURSO DA ASSOCIAÇÃO NO PROGRAMA JUVENTUDE

A d’Orfeu promove a mobilidade europeia desde o ano 2000 e participa regularmente em intercâmbios na Europa, especialmente artísticos. Na qualidade de anfitriões organiza o "d'Orfusão" desde 2001 e, no ano passado, organizou também o Seminário "d'Orfusão +". Acolhe ainda Serviço Voluntário Europeu de jovens estrangeiros na associação, tendo entre si actualmente 2 voluntários (da Grécia e da Bulgária) durante 12 meses, sendo que brevemente contará com um maior número de voluntários estrangeiros.

Promoveu ainda uma iniciativa de jovens, em 2001, denominada "Saga Cigana", ao abrigo do programa Juventude, mobilizando jovens locais a retratar esta temática de dimensão europeia.

No seguimento de inúmeras parcerias com organizações de quase todos os Países-Programa, iniciou em 2002 a cooperação com países do Sudeste Europeu. Neste ano de 2003, estabeleceu já parcerias e projectos concretos a desenvolver com países africanos do Mediterrâneo (participou no EUROMED na Argélia e na Jordânia) e com países da América Latina (viu aprovada uma visita a decorrer em Novembro próximo ao Brasil, onde coordenará um encontro com 10 organizações europeias e latino-americanas).

quarta-feira, 1 de outubro de 2003

Tributo a Adriano Correia de Oliveira

Espectáculo de tributo nacional
pelo Coro dos Tribunais
ÁGUEDA- Auditório do CEFAS
sexta 3 Outubro 2003, 21:45

Adriano Correia de Oliveira será alvo de evocação em Águeda, na noite de 3 de Outubro. O palco do CEFAS será pequeno para tantos músicos e amigos: Paulo Sucena e Manuel Alegre desfiarão as histórias do trovador e vários músicos se associam ao tributo, num elenco ao nível do mérito da vida e obra de Adriano.

O tributo a Adriano Correia de Oliveira é um espectáculo de música e poesia com qual se pretende dar uma visão geral da vida e obra deste cantor e a sua importante influência no virar de página do panorama cultural português dos anos da revolução.
Em palco, a poesia e alguns quadros da vida do Adriano serão da responsabilidade do aguedense Paulo Sucena, amigo de sempre de Adriano Correia de Oliveira. Outro aguedense cuja vida se cruzou com a de Adriano foi Manuel Alegre, que estará também presente na noite do CEFAS.
A intervenção musical é feita pelos restantes elementos do "Coro dos Tribunais". O violinista Manuela Rocha (da Brigada Victor Jara), o cantautor açoriano Zeca Medeiros, o flautista Sérgio Mestre e ainda João Domingos, Gil Alves, Paulo Borges, Luís Simões, Rogério Pires e Manuel Portugal. Será evocado o percurso musical que vai dos tempos de Coimbra aos poemas de Manuel da Fonseca, passando pelos tradicionais portugueses e pelas canções musicadas por José Niza.
Paralelamente decorrerá uma exposição fotográfica sobre alguns momentos da vida de Adriano Correia de Oliveira.
O espectáculo está a ser levado a todo o país, numa justa homenagem nacional a Adriano Correia de Oliveira. Para além de Águeda, cuja apresentação ocorrerá no dia seguinte à estreia em Lisboa do tributo no actual formato, o Coro dos Tribunais passará ainda por localidades como Serpa, Mêda, Amadora, Sesimbra, Sabugal, entre muitas outras.
Este tributo do "Coro dos Tribunais" em Águeda tem o condão de ir lutando contra o apagar da memória de um dos melhores trovadores portugueses, tal como outras marcantes, manifestações que vão felizmente acontecendo: Adriano já fora recordado recentemente num encontro ocorrido em Macinhata do Vouga (Águeda) por ocasião dos 20 anos da sua morte, em Outubro de 2002. O tributo de 3 de Outubro será um impulso mais na luta contra o lento apagar dos vultos da nossa cultura da memória colectiva.

quinta-feira, 25 de setembro de 2003

Curtas d’Orfeu Setembro 2003

Curso Tocata em novo ano lectivo
Como é habitual, a formação em Músicas Tradicionais na d’Orfeu retoma neste mês de Setembro, sob orientação pedagógica de Artur Fernandes e Luís Fernandes. A par do forte impulso da concertina, a oferta formativa da d’Orfeu contempla ainda os cordofones populares (viola braguesa, bandolim, cavaquinho e a rabeca), flauta transversal, piano, guitarra e baixo acústico. Também a formação em gaita de foles, a funcionar em regime pontual, terá neste ano uma segunda fase, depois do arranque em 2002.
O Curso “Tocata” na d’Orfeu valoriza as músicas tradicionais num quadro de complementariedade entre os diversos géneros musicais e assumindo a convivência, neste tipo de formação, de instrumentos tradicionais com outros convencionalmente não tradicionais. A d’Orfeu garante, com o Curso Tocata, o compromisso pedagógico de que não deve nunca abdicar, enquanto estrutura potenciadora de hábitos artísticos e culturais em Águeda.

Curso de Concertina do INATEL

O formador Artur Fernandes orientará o Curso de Iniciação e Aperfeiçoamento de Concertina, promovido pelo INATEL nos dias 20, 21, 27 e 28 Setembro, a decorrer em Aveiro. Esta acção externa de formação da d’Orfeu é o prolongamento do trabalho pedagógico neste instrumento - a concertina - que, desde há anos, é desenvolvido continuamente na associação.

Seminário em Berlim
No seguimento das inúmeras acções de juventude em que a d’Orfeu se envolveu em 2003, decorreu em Berlim entre 2 e 7 deste mês o Seminário “Musica Tradicional e Percussão - Uma Rede Europeia”, numa parceria com a Regenbogenfabrik nascida do Seminário de Águeda em Dezembro passado. A d’Orfeu fez-se representar por Rui Oliveira que, com uma dúzia de outras organizações de toda a Europa, debateram formatos para prosseguir a rede de parcerias juvenis nesta área. Saber mais em http://www.drumsandtrad.net/

Fira de Teatre na Catalunha
Pelo terceiro ano não perdemos a Fira de Teatre de Tárrega, uma impressionante montra internacional de teatro. Se lembrarmos que ali se estabeleceram alguns dos contactos que Águeda mais tem agradecido na programação da d’Orfeu (Oskar & Strudel, La Trova, Rock & Clown, Bernard Massuir e outros que hão-de vir...), não se desinveste na presença em Tárrega, este ano com Rui Oliveira e João André no terreno, devorando alguma da imensa programação da Fira, mesmo que estejamos em ano não de Gesto Orelhudo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2003

Curtas Agosto 2003

Novos Voluntários Estrangeiros na d’Orfeu
Este mês de Agosto de defeso cultural entre portas na d’Orfeu, pela menos na sua extensão visível, é também altura de passagem de testemunho dos voluntários estrangeiros na associação, ao abrigo do Serviço Voluntário Europeu. Terminam o seu voluntariado, ao fim de um ano, o francês Adrien e o italiano Roberto e é altura de se instalarem a grega Maria e o búlgaro Toma (ambos já viveram connosco todo o mês de Julho). Na d’Orfeu e na Casa dos Voluntários, edifício que continua gentilmente cedido pela empresa José Maria de Oliveira & Filhos, o tempo é de integração de novos rostos e suas novas culturas.

PõePlay no Andanças
Agosto é mês do Andanças, festival de todas as danças do mundo organizado pela PedeXumbo e que decorre de 25 a 30 de Agosto em Carvalhais, São Pedro do Sul, sendo destino obrigatório das gentes da d’Orfeu, parceira há vários anos do festival. A participação d’Orfeu no cartaz deste ano do evento será garantida pelo projecto PõePlay, que dedica a sua actuação à divulgação e cruzamento das músicas editadas em CD com improvisação vocal. Com esta animação inédita, em Carvalhais poderemos muito bem ouvir um despique do Cante Alentejano com as Vozes Búlgaras ou um solo de Kepa Junkera com o acompanhamento de Ravi Shankar!
tudo sobre o Andanças em http://www.pedexumbo.com/andancas.shtml

Mais jovens de Águeda na Europa de Leste
POLÓNIA - Já após a realização do d’Orfusão III em Águeda, a d’Orfeu participou com 7 jovens num intercâmbio em Olesnica (Wroclaw, Polónia) de 29 de Julho a 9 Agosto. Ali preparou com espanhóis, húngaros e polacos um performance conjunta que deu vida a um castelo medieval.
MACEDÓNIA - No final de Agosto partem 9 jovens músicos d’Orfeu para um intercâmbio artístico que decorrerá de 27 Agosto a 5 Setembro em Bitola, na Macedónia (no extremo sul da ex-Jugoslávia), num grande projecto de 8 países envolvendo cerca de 70 jovens artistas.
ROMÉNIA - De 7 a 14 Setembro, encerra a maratona europeia de intercâmbios em que a d’Orfeu se envolveu este ano, com uma comitiva de 7 jovens em Campina D(Roménia) no Rainbow Fusion Art Festival, onde se juntarão jovens de várias artes de Portugal, Roménia, Eslovénia e França, tendo entretanto decorrido já uma visita preparatória pelo animador Paulo Brites, no início de Agosto.

Concerto “Os CantAutores” na Festa do Avante

Já em Setembro, na noite principal da Festa do Avante (sábado 6), sobe ao palco 1º de Maio da Quinta da Atalaia o concerto da d’Orfeu “Os CantAutores”. O espectáculo que tem vindo a fazer um percurso aplaudido no meio musical, chega agora a um palco de referência ao lado de muitos dos nomes mais marcantes da actualidade da música portuguesa, defendendo o seu trabalho de recriação das obras de José Afonso, Sérgio Godinho e Fausto.

domingo, 27 de julho de 2003

Noites da d’Orfeu para recordar!

As 3 magníficas noites com Fanfare Ciocarlia, Loyko e Besh O’Drom, na abertura do Festival das Músicas do Mundo Cigano, marcaram este mês de Julho na d’Orfeu. Pelo meio, o concerto filarmónico Os CantAutores surpreendeu pelo arrojo, em mais uma noite calorosa. A maratona cultural terminou no sábado passado com o espectáculo multicultural d’Orfusão III, naquele que foi o retrato de quinze dias de construção artística colectiva sem fronteiras e com espaço para todas as correntes, a mesma diversidade que nos traz a Europa de hoje.

Os 40 jovens artistas europeus produziram em tempo-record uma performance colectiva em que a liberdade criativa foi o motor de todo o processo de fusão. O espectáculo de sábado, uma espécie de curta-metragem ao vivo, rondou os extremos da condição artística: do abstrato ao inteligível, da tradição à inovação, do correcto ao provocador, do sombrio ao espectacular. Sob a coordenação artística de Mauro Amaral (convidado numa parceria d’Orfeu com a ARCA de Faro), o espectáculo versou o mundo dos sonhos e o resultado dado a conhecer ao público reflectiu um sentimento por concretizar, tal como nos sonhos: um sobressalto dá fim ao espectáculo, no momento em que a bonança já se tinha sobreposto ao pesadelo...

Gente da Roménia, Rússia, Hungria, Sérvia e Montenegro, Espanha e de todo o Portugal. Foi este o pequeno mundo que d’Orfeu conseguiu criar dentro de portas, para Águeda sentir. E como Águeda o sentiu!

quarta-feira, 16 de julho de 2003

Loyko e Os CantAutores: Continuam intensas as noites da d'Orfeu!

Onde mais poderia ter acontecido a magnífica noite dos Loyko? Esses russos com violinos infernais abriram o livro e fizeram o público render-se às suas cavalgadas triunfantes.

Quanto à nossa magia, o concerto filarmónico Os CantAutores ganhou em palco a dimensão dos audazes. A d'Orfeu e a Banda Alvarense enamoraram-se do público e rasgaram uma noite forte em Águeda.

Seguem-se os Besh O'Drom que fecham o ciclo dos três concertos de abertura do Festival das Músicas do Mundo Cigano. Os húngaros asseguram um concerto de festa garantida: desde as primeiras notas que é impossível não dançar ao assistir ao concerto dos Besh O'Drom. Recomendam-se sapatos para dançar. Breve repórter Julho na d’Orfeu

terça-feira, 15 de julho de 2003

Fanfare Ciocarlia abriu festival cigano!

A noite da Fanfare Ciocarlia, na abertura do Festival das Músicas do Mundo Cigano, num Espaço d’Orfeu lotado, decorreu num ambiente que ficou quente desde os primeiros acordes dos metais romenos. A chuvinha até pouco antes do início do concerto serviu apenas para refrescar o recinto que, se sabia, iria ao rubro dentro de momentos. Muito público, vindo de todo o país, entrou em contágio colectivo. A multidão vibrou com as loucas correrias musicais dos romenos e o concerto terminou em delírio com a Fanfare no meio da multidão. Na quinta-feira 17, seguem-se os incríveis violinistas russos Loyko, em mais um concerto para ficar gravado no memorial dos festivais temáticos da d’Orfeu.

terça-feira, 24 de junho de 2003

Festival das músicas do mundo cigano

2ª edição do Festival Temático de Músicas do Mundo
ÁGUEDA 2003

O tema-base da edição 2003 do Festival Temático assenta na enormidade e diversidade de manifestações musicais associadas à cultura cigana, presentes da Europa ao Norte de África, passando pelo Próximo Oriente.
Contraste sem paralelo: imperando na maior parte das manifestações musicais ciganas a espontaneidade e vigor bruto da música nativa deste povo, já a escassíssima criação artística que existe de forma organizada no meio cigano, essa é de excelência. E pretende a d'Orfeu, com este certame (a abraçar em 2003 mas resultante de um percurso anterior na temática cigana dentro da associação), fazer subir a palco precisamente as manifestações de excelência dos ciganos que vingaram em carreiras musicais reconhecidas a nível internacional, de entre os quais emergem a grande altura nomes como Esma Redzepova, Paco de Lucia ou Goran Bregovic, verdadeiros baluartes de uma cultura sem nação, mas que o mundo cultural reconhece como das mais expressivas e fascinantes.
A história da música está cheia de inesgotáveis exemplos de influência da música dos ciganos: Lizt nas Csardas e nas Rapsódias Húngaras, ou o flamenco na vizinha Espanha, ou a influência das crianças espirituais do Hot Club de França, na Holanda, na Noruega ou na Alemanha, ou presença da música cigana nos serões aristocráticos da Rússia dos czares, ou nas festividades rurais da Roménia, ou nas comunidades muçulmanas dos Balcãs. "Esta tribo profética de olhos brilhantes", como definiu Baudelaire, atravessou continentes, mares e oceanos, portadora de uma cultura e de uma identidade própria, que nunca renegou, e foi a primeira promotora do que hoje se designa como uma música universal. A segunda edição deste festival temático, uma vez dirigindo as atenções para a cultura cigana, procurará exaltar uma música sem pátria mas do mundo, tal como o seu povo.
Apesar de se destacar essencialmente pela sua vocação artística e cultural e de ser constituída exclusivamente por "gadjos" (termo com que a comunidade cigana designa os não-ciganos), a temática cigana - seja do ponto de vista artístico seja social - não é nova para a d'Orfeu e remonta a diversas parcerias locais, nacionais e internacionais, de há dois anos a esta parte, com entidades e comunidades ciganas, expressas no projecto alargado "Saga Cigana" desenvolvido em Águeda (2001) e na "Romani School" (2002) partilhada pela d'Orfeu em Praga, na República Checa, com artistas ciganos de toda a Europa. Assim, para além de continuar a aproximar a opinião pública de grande minoria cigana, o certame 2003 - Festival das Músicas do Mundo Cigano - pretende aguçar ainda mais o fascínio pela cultura musical desta etnia. Este festival deverá atingir o público no momento em que ele encontrar na fabulosa música do mundo cigano um motivo ímpar de fruição.

segunda-feira, 16 de junho de 2003

crítica CD "Os CantAutores"

Os CantAutores
O génio de um espectáculo em disco
in http://www.attambur.com/

A partir do ciclo de espectáculos "Os CantAutores" - surgiu um disco que regista o génio destes concertos, centrados no repertório talvez menos conhecido de três grandes nomes da música de intervenção no nosso país: Fausto, José Afonso e Sérgio Godinho.
Foi em 2001 que a d'Orfeu, uma associação cultural de Águeda, arrancou com um ciclo de espectáculos dedicados às obras de três cantautores marcantes da música portuguesa: Sérgio Godinho, José Afonso e Fausto - um ciclo de espectáculos que percorreu o país em várias dezenas de apresentações, servindo para construir a maturidade musical que se pode encontrar neste registo discográfico.
Para o disco, foram reunidas algumas peças musicais dos espectáculos, que ao vivo, fizeram referência a temas menos conhecidos das carreiras deste autores, onde a palavra assume um papel central - como, de resto, era próprio da música de intervenção, sobretudo nos períodos de combate social e político. Muitos dos textos destas peças escondem os segundos sentidos de uma sociedade em contestação e silenciosa.
Este trabalho, produzido pela d'Orfeu, marca também toda uma nova geração de promotores culturais no nosso país, que - através destes movimentos associativos - realizam projectos de uma enorme qualidade e dignidade técnica e artística. A d'Orfeu, com esta e outras iniciativas entretanto realizadas, leva a fundo esta nova função de produzir resultados de grande relevância cultural - onde o público aflui em grande número - fazendo crer que a música popular portuguesa pode voltar a sê-lo.
Este disco e o espectáculo ficarão na história da música feita em Portugal - neste caso, por revisitar de forma exímia o lado alternativo das carreiras de nomes próximos da música de intervenção, que estavam - por muitas razões - mais distantes destas novas gerações de público; os quais a d'Orfeu, agilmente, tem vindo a conquistar - primeiro em Águeda e depois por muitos pontos do país.
O disco CantAutores funciona também como uma espécie de alusão à capacidade de uma nova geração se reconciliar com o seu futuro cultural, sabendo reconhecer no passado alguns dos maiores valores dessa cultura e sabendo construir os alicerces que contrapõem o "pão e circo" popular de novos-ricos.
Este disco, pela sua beleza e sobretudo pelos seus múltiplos significados, é um dos mais importantes acontecimentos da história recente da música portuguesa.