quarta-feira, 3 de novembro de 2004
CURTAS de NOVEMBRO
O festival de OuTono continua a sua programação ininterrupta, depois de 9 espectáculos, 8 bares e 4 concelhos. Em Novembro as animações continuam pelo concelho de Águeda e, mais à frente, em Oliveira de Azeméis. É o mês de grupos como os Ibaris (Itália) que animaram o primeiro fim-de-semana de Novembro, mas ainda mais: Tomas Back esclarece o “Mistério do coiso... e outras histórias”, põePlay e Toques voltam à carga e o Jazz aparece no bard’O pelos Swingus. Acompanhe todo o programa em www.dorfeu.com
Mestiçal Peninsular chegou às freguesias
O certame da d’Orfeu soltou-se das fronteiras da cidade e começou já a chegar às freguesias. O espectáculo da casa “Toques do Caramulo” foi já apresentado em Valongo do Vouga e também em Aguada de Cima, numa oportunidade de mobilização de todo o concelho para o Mestiçal Peninsular, mas também de descentralização da programação cultural da d'Orfeu, retomando parcerias com dinâmicas associações locais, como são o caso respectivamente da Casa do Povo de Valongo do Vouga e da LAAC – Secção Cultural.
Depois da guitarra flamenca, a guitarra portuguesa
Será também fora da sede do concelho que terá lugar o próximo concerto do Mestiçal Peninsular: Pedro Caldeira Cabral, o mestre da guitarra portuguesa, apresenta-se no Auditório da Casa do Povo de Valongo do Vouga a 27 de Novembro. Mais um grande concerto a não perder.
d’Orfeu dá formação a grupos folclóricos da “Comum”
Este trimestre assinala a chegada das propostas d’Orfeu à Rede Comum, uma agenda cultural partilhada por sete concelhos dos distritos de Aveiro, Viseu e Guarda. A proximidade geográfica e a diversidade das suas propostas culturais, fazem da d’Orfeu um parceiro próximo ao espírito desta programação. Esta participação arranca com a mais pura ligação da d’Orfeu à cultura tradicional: um atelier dirigido a grupos folclóricos de vários concelhos na perspectiva de formação qualificada aos músicos das tocatas; e o espectáculo “Toques do Caramulo”, mostrando o “outro lado” da música deste lado da montanha.
13 Novembro: Atelier para grupos folclóricos no Centro das artes e do espectáculo de Sever do Vouga
13 Novembro: “Toques do Caramulo” no Centro das Artes e do Espectáculo de Sever do Vouga
14 Novembro: “Toques do Caramulo” na Casa Cultural de Carvalhal de Vermilhas – Vouzela
21 Novembro: Atelier para grupos folclóricos Centro Cultural de Aguiar da Beira
Andamento no sarau da ACOAG
Um largo elenco da d’Orfeu abre o sarau da ACOAG a 20 Novembro no Cine-Teatro São Pedro. Primeiro a dança e os pregões num cruzamento entre o tradicional e o contemporâneo, o velho e o novo. Num segundo momento, será a Desgarrada entre a poesia popular e a erudita, pelo Andamento e pelo Pessoalmente da Escola Secundária Marques de Castilho, em mais uma encenação de Odete Ferreira.
Conferência de festivais europeus em Praga
O Festival Khamoro – um dos grandes festivais anuais dedicados à cultura cigana na Europa - convoca e reúne em Praga (República Checa), a 20 de Novembro próximo, programadores de festivais de música cigana de 18 países da Europa, entre os quais a d’Orfeu. Ali se pretende estabelecer cooperação em rede entre festivais, tornando mais forte a promoção da cultura cigana no espaço europeu e junto dos públicos de cada um dos países. Com estas práticas, também se promove directamente um mais alto nível profissional de artistas ciganos e a sua circulação na Europa. Práticas que espera a d’Orfeu poder fazer estender a Portugal.
segunda-feira, 1 de novembro de 2004
Até já, guitarra portuguesa!
Contodo mi agradecimiento y cariño
por el recibimiento a mi grupo y mi musica.
Hasta pronto Águeda.
(José Antonio Rodríguez)
A 30 de Outubro, assim escreveu para Águeda, para o público do Mestiçal Peninsular, José Antonio Rodríguez, o andaluz, esse outro “El Cordobés”. Ali, no bard’O da d’Orfeu, onde as estrelas estão tu cá tu lá, como o mais mortal dos humanos. Eu queria ainda apanhar-lhe a voz, o riso, a opinião, até o silêncio com sentido. Que me falasse da alquimia do seu flamenco, da liberdade, do amor e da morte na sua guitarra, mas essas palavras já ele as tinha dito em palco, em grupo e em solidão. Que me contasse de Paco de Lúcia, de Astor Piazzola, Joan Baez e de outros com quem partilhou o palco, e da solidão dos artistas. Que dissesse Granada e Lorca.
Ensaiava ainda outras perguntas. “Excelência pura”, ouvi na mesa ao lado. E eu quis perguntar-lhe de que eternidades se fazem a excelência. E queria saber o que ele achava de uma associação que voa tão alto, com asas tão cortadas. Ali ao lado, fazia-se mais música do mundo. Os Ibaris tinham vindo de Itália e actuavam, contra a chuva, eles e público aconchegados a paredes de plástico. Ele que me dissesse o que acha de nós, que nos lesse a sina, que alguma cigana lhe há-de ter ensinado. Mas o meu espanhuel só chega para a sobrevivência. E fiquei entalada de perguntas. E juro aqui que eu seja espanhola, se um dia destes não vou aprender espanhol!
Entretanto, hasta pronto, Rodríguez!
Até já, guitarra portuguesa! Venha Caldeira Cabral, essa excelência que se segue!