segunda-feira, 13 de outubro de 2003


Está aí a 7ª edição do OuTonalidades! O circuito regional de música ao vivo pelos bares da região regressa a 31 de Outubro. Uma programação ininterrupta de oito fins-de-semana fará de Águeda e outros concelhos, destino cultural privilegiado de todos os públicos nocturnos. Até 20 de Dezembro, acontecerão mais de 20 animações, rotativamente pelos 13 bares do distrito de Aveiro por onde passará o evento.

Com o evento pretendem-se cativar-se os públicos para propostas inovadoras em termos artísticos, provocando uma migração que faça deste circuito inédito, ponto de referência regional e nacional. Inovador nesta edição é o facto de, pela primeira vez, se incluirem na programação, para além de música de todos os géneros musicais, propostas de espectáculos músico–teatrais e também café-teatro. Muitos dos espectáculos propostos pela programação deste ano são mesmo criações da própria d’Orfeu, entidade organizadora, fazendo convergir para o mesmo evento os esforços de áreas de acção diferentes mas igualmente marcantes na actividade da associação.

Nesta edição, pela segunda vez, se alarga o raio de acção do OuTonalidades até bares de outros concelhos que não Águeda. Assim, também os concelhos de Aveiro, Ílhavo e Vale de Cambra farão parte do roteiro este ano.

Cabe, aliás aos bares, o grande mérito deste tipo de programação, sendo que a sua participação no evento vem dependendo de uma forte vontade também cultural. Para além de cada um dos bares aderentes, será também anfitrião da programação do OuTonalidades 2003 o bard'O no Espaço d’Orfeu, onde aliás começa a 31 Outubro e encerra o evento a 20 de Dezembro onde se espera, à semelhança dos anos anteriores, o encontro de todos os participantes do evento.

A produção executiva e coordenação do “OuTonalidades” são asseguradas pela d'Orfeu - Associação Cultural, em parceria com Oficinas de Música Bau.uau. A Câmara Municipal de Águeda apoia institucionalmente o evento, como é hábito. O OuTonalidades é considerado evento de superior interesse cultural pelo Ministério da Cultura, no âmbito da actividade global da d'Orfeu.

Há motivos para se multiplicar em 2003 a grande festa resultante das anteriores edições, que se sucedem anualmente desde 1997.

Bares participantes no OuTonalidades 2003
Apeadeiro Bar - Fermentelos
bard'O - Águeda
Bugatti Bar - Mourisca do Vouga
Drinky Bar - Mourisca do Vouga
Jotta’s Bar - Aguada de Cima
Pompeia Caffé - Mourisca do Vouga
Rami Bar - A-dos-Ferreiros
Suprema Ristorante - Águeda
Villa’s Bar - Águeda
Dunas Bar - Vale de Cambra
Olaria - Aveiro
Mondrian - Ílhavo
Sal Poente - Aveiro

Espectáculos em cena no OuTonalidades 2003
Encantos
Heart of Trio
Jorge Lomba
Miguel Calhaz
Tio BiTle
Toques
TriVenção
Uma Noite no Paraíso
Wine & Pine
ZéTó & JotaPê
4Portango




Programação



quinta-feira, 9 de outubro de 2003

Curtas Outubro 2003

Delegação italiana visitou d’Orfeu em funcionamento
Uma associação italiana de Senise - ISELM -, cumpriu um roteiro itinerante a visitar e a conhecer o funcionamento de associações congéneres na Europa. A d’Orfeu foi também visitada no início de Outubro por este italianos, durante 2 dias, com o objectivo de estudar e reportar o fenómeno da intensa actividade desenvolvida pela d’Orfeu a partir de Águeda para o mundo.

Toques em Águeda como na Sérvia

Neste OuTono, a d’Orfeu estará em cena com “Toques”, um concerto musical que cruza repertório de vários outros espectáculos recentes da d'Orfeu (do "Biombo da Festa" até ao "Toques do Caramulo"), envolvendo também novos músicos, sempre cruzando a beleza singular de temas tradicionais locais com um grande fulgor rítmico nos arranjos sobre o nosso cancioneiro serrano.
Com “Toques”, a d’Orfeu fará uma tournée na Sérvia e Montenegro (ex-Jugoslávia) de 23 a 30 de Outubro, com vários concertos em Belgrado e outras cidades principais, num convite que desvenda a crescente empatia do público jovem dos Balcãs para com estas músicas.
Antes e depois, Águeda poderá conhecer este espectáculo, primeiro no Fescut a 11 de Outubro e, depois, já em Novembro durante o OuTonalidades 2003.

Representações em Altamura e em Manresa

A Europa tem dado à d’Orfeu a oportunidade de se conhecerem e de se tratarem por tu. Daí que, com o continente em contacto, não reconheçamos já fronteiras e nos refiramos aos locais pelo seu próprio nome e pelo do país, tal como em todo o lado respondemos por Águeda como origem.
Daí que Altamura e Manresa sejam mais dois pontos de contacto da d’Orfeu com a Europa da mobilidade juvenil (no caso da pequena cidade do sul de Itália, onde estaremos na acção “Animação de rua para uma cidadania activa” de 15 a 23 de Outubro) e a do grande mercado cultural europeu (que mais uma vez não nos passa ao lado, com presença d’Orfeu na pequena cidade catalã que promove a Feira de Cultura Tradicional de Manresa nos últimos dias dos mês). Lá estaremos.

OuTonalidades é circuito regional
À bica para sair nesta estação cultural, está o evento mais antigo e duradouro da d’Orfeu: o incontornável OuTonalidades. É já a 7ª edição e, este ano, há propostas de café-teatro, humor, animação e, como sempre, todos os géneros de música.
Esta 7ª edição terá um reforço de adesão de bares de todo o distrito de Aveiro, não se confinando o evento ao concelho de Águeda, embora seja aqui o epicentro da festa que se multiplica ano após ano. Neste OuTono, o roteiro OuTonalidades arranca a 31 de Outubro.

sábado, 4 de outubro de 2003

Ao Sérgio Mestre

Com o Serginho Mestre nos vínhamos cruzando, ora aqui em Águeda na d'Orfeu (onde tocou com o inseparável Zeca Medeiros no "Cinco Anos É Todos Os Dias"), ora em Tavira (após um concerto "Os CantAutores" foi nosso cicerone pelas ruas), ora invariavelmente em Tondela (a ACERT é um ponto de muitos encontros)... Ontem contávamos apenas com mais um abraço dele!

Uma geração mais novos, não suspeitaríamos nunca do seu percurso musical, se não nos contassem ou se não estivesse inscrito nos incontáveis discos em que participou. Tocava e convivia connosco com o mesmo desprendimento e simplicidade com que o terá feito com os grandes Zeca Afonso, Adriano e todos os outros.

O corpo traiu-o quando fazia o que mais gostava: a tocar, de preferência num palco cheio de amigos, como era o caso anteontem em Lisboa, onde se prestava tributo a Adriano Correia de Oliveira, na véspera de o fazer no palco do CEFAS em Águeda.

Aqui, a notícia apanhou-nos de surpresa e ao público que, na generalidade, conhecia o Sérgio Mestre. Guardamos a esperança de que não fiquem os tributos por prestar.

Uma abraço e obrigado, Sérgio Mestre.

sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Verão intenso de mobilidade europeia para jovens de Águeda

Não estaria previsto tal resultado, quando em Dezembro passado a d’Orfeu juntou à mesa, em Águeda, organizações artísticas de 20 países europeus. Terá sido esse Seminário "d’Orfusão +" uma das mais bem sucedidas acções do Programa Juventude em Portugal, no que toca ao seu efeito multiplicador de resultados: desse encontro internacional nasceram 9 (nove!) diferentes projectos de cooperação juvenil a realizar um pouco por toda a Europa, sempre ligados à temática artística. Esboçados e discutidos em Águeda por parceiros de várias latitudes, todos esses 9 projectos (7 intercâmbios e 2 seminários), sem excepção, foram aprovados pelos respectivos países e apoiados pela Comissão Europeia!
Durante 2003, a Europa ficou mais perto de Águeda pois esses intercâmbios e seminários vieram a ter lugar um pouco por todo o lado: na Alemanha, na Eslováquia, na Eslovénia, em França, na Macedónia, na Polónia, na Roménia e em Portugal.

A d’Orfeu, que até aí vinha tendo um percurso já intenso de ligação ao meio juvenil europeu, alargou de vez as suas fronteiras e passou a ser parceiro privilegiado e recorrente para uma série de organizações juvenis de vários países, com especial incidência nas novas nações do leste da Europa, cujos jovens são ávidos de partilha. Dessas ligações, cada vez mais estreitas, resultou um sem-número de oportunidades, muitas vezes únicas e em condições irrepetíveis, para dezenas de jovens de Águeda.

Dessas experiências se reproduzem, nesta crónica alargada, as memórias produzidas por jovens participantes em algumas das acções no estrangeiro durante este último Verão. Percorrem-se, nestes testemunhos, sentimentos de autenticidade daquilo que foram as pequenas epopeias das comitivas que abalaram de Águeda.

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Ljubljana (Eslovénia)
24 de Junho a 4 de Julho 2003

comitiva: Bruno, Adrien, Carlos, Tutty, Gonçalo, Bruno Abel, Francisco e Nuno

Kidz on Streedz

Fim de Junho, um grupo de músicos portugueses chega à Eslovénia. São oito rapazes e têm três objectivos. O primeiro, oficial: numa semana criar um espectáculo com outros jovens europeus para apresentar em 2 festivais. Os dois outros: aproveitar e fazer aproveitar. Chamam-se os «Kidz on Streedz».
Ljubljana, «a minha querida» em esloveno, é a capital da Eslovénia. Uma cidade simbólica dum país explosivo. Nascida com a desagregação da ex-Jugoslávia, a Eslovénia é o mais rico dos países balcânicos. Em Ljubljana, um espírito juvenil de liberdade e de alegria de viver parecem existir. As associações culturais, locais de concertos, bares para espectáculos, aparecem, às vezes mesmo dentro de antigas prisões.
É no Metelkova, um antigo centro de detenção da polícia política jugoslava, tranformado desde há 10 anos em squatt artístico, onde a associação Kud concentrou os três grupos artísticos do intercâmbio a ensaiar durante 15 dias. Um sítio mágico, imenso, totalmente dedicado aos jovens artistas e à liberdade criativa. O projecto «Kidz on Streedz », com subsídios europeus, teve para objectivo de criar um espectaculo para dois festivais, em Ljubljana e em Maribor, respectivamente a capital e a segunda cidade do país. Participaram um grupo de danças romeno, um grupo de percussão polaco e os nossos oito músicos de Águeda.
Felizes, Gonçalo, Adrien, Bruno, Bruno, Nuno, Francisco, Carlos e Tutti, conseguiram a comunicar com os romenos e os polacos e fizeram o espectáculo. Mas não se ficaram por aí. Fora dos concertos e dos ensaios programados, decidiram frequentar ao máximo a movida da cidade, com ou sem os instrumentos. E, claro, apreciar as queridas raparigas de Ljubljana.
No Birdland, um pequeno jazzclub, os nossos músicos fizeram uma "jam session" comunicativa. Sentados nas cadeiras do público, tocaram até ao fecho do bar. Depois, sem se aperceberem, foram convidados por pessoas do público para uma outra festa, numa dessas noites fantásticas de Ljubljana onde pessoas de diferentes origens se juntam para festejar. E aí, os músicos portugueses mostraram o que sabem fazer.


Caen (França)
27 de Junho a 8 de Julho 2003
comitiva: Marisa, Roberto, Joana, Diogo, Anabela e Sandra

No More Prejudices

Depois de uma visita de preparação em Maio dos responsáveis d’Orfeu Marisa e Roberto, o grupo português esperava uma boa organização.... Eis que chegados: como traduzir o tema do intercâmbio "No more prejudices" e também a condução do espectáculo final pela Art director, Virginie "the Butterfly"? Apesar de não ter chegado a perceber, o grupo português conseguiu atingir o objectivo de se fundir com os outros grupos europeus..
Rir. Chorar a rir. Rir até as lagrimas... Esta primeira tentativa, feita pela Caroline, de organizar um intercâmbio, revelou-se uma boa experiência a nível humano, correspondendo aos principais objectivos da comunidade europeia, embora pecando na comida ou, devido às horríveis condições climatéricas, numa alternativa de alojamento debaixo de tecto em vez de tendas para os seus jovens convidados.
Não foi um dos melhores intercâmbios, mas a vontade de todos se juntarem e criarem um espectáculo final, fez com que de uma abóbora se fizesse um carro!!!


Águeda (Portugal)
15 a 29 de Julho 2003
grupo português: Silva, Joana, Tito, Gonçalo, Diogo, Lúcia, Toma e Adrien

d’Orfusão III

Os 40 jovens artistas europeus que aportaram a Águeda em Julho (este ano sérvios, montenegrinos, húngaros e espanhóis), produziram em tempo-record uma performance colectiva em que a liberdade criativa foi o motor de todo o processo de fusão. O espectáculo final, uma espécie de curta-metragem ao vivo, rondou os extremos da condição artística: do abstrato ao inteligível, da tradição à inovação, do correcto ao provocador, do sombrio ao espectacular. A performance versou o mundo dos sonhos e o resultado dado a conhecer ao público reflectiu um sentimento por concretizar, tal como nos sonhos: um sobressalto dá fim ao espectáculo, no momento em que a bonança já se tinha sobreposto ao pesadelo...
d’Orfusão é o intercâmbio da casa! Uma acção grande e muito complexa. É o momento em que todos os viajados poem mãos à obra para acolher uma experiência colectiva na qualidade de anfitriões. Há três anos e três edições consecutivas de d’Orfusão que esse momento, em cada Julho, se grava na memória de mais uns quantos jovens que puderam viver a Europa na sua terra, 24h por dia, e contagia a população cultural que assiste, participativa, ao fenómeno juvenil de um pequeno mundo chamado d’Orfeu.


Olesnica (Polónia)
29 de Julho a 9 de Agosto 2003
comitiva: Paulo, Marisa, Óscar, Toma, Maria e Mabília

Crossing Time & Space

Com uma partida um pouco atribulada devido à festa final do intercâmbio "d’Orfusão III" na véspera, partimos para a Polónia sem saber muito bem o que nos esperava… vindo a descobrir que tinhamos a nossa espera 5 horas de sono nos bancos da sala de espera do aeroporto de Frankfurt.
À chegada fomos instalados nos quartos do Internato de Olesnica a funcionar dentro do castelo da cidade. Nessa mesma noite tivemos a oportunidade de travar conhecimento com parte dos participantes, vindos da Polónia, Espanha, Hungria e por último os Checos, que se vieram a revelar… portugueses de gema !! E com o Viriato e o Janela, que vieram de Lisboa, ficou completo o grupo de Portugal.
Começamos por integrar o workshop de teatro e a fazer o que o Andrew comandava!!! Mas após a primeira reunião de líderes ficamos a saber que não existia líder para a música nem tão pouco instrumentos. Sendo proposta ao Paulo a liderança e tendo ele aceite, parte do grupo português despediu-se do teatro e foi para a música… e toca a construir os instrumentos… sem os materiais, que tardavam!!!
Entre noites temáticas de cada país, em que o grupo português assustou com o seu bacalhau, que foi de imediato sorvido e, também, com a sua performance inspirada numa lenda ali mesmo inventada pelo Janela, tendo com actriz principal uma espanholita aniversariante (la Martita!) e apresentada nas masmorras do castelo.
A seguir, veio a visita a Wroclaw e o reencontro com a Natalia Saniewska (foi voluntária SVE na d’Orfeu em 2001), que nos fez as honras da cidade a até mesmo do país!
Próximo estava o grande dia e o final da composição sonora dentro do primitivo-improviso-celestial que encaixava perfeitamente na peça, baseada nos atributos de Eva e Adão. Peça que foi comme si comme ça poliglota, em que uma Eva polaca falava com um Adão portugûes, que respondia em inglês… e uma Morte a cantar em espanhol!


Bitola (Macedónia)
27 de Agosto a 5 de Setembro 2003
comitiva: Luís, Joca, João André, Silva, Fausto, Miguel e Rui

Dionis is Coming Back To Macedonia

Foi de noite a partida. Foi de noite a chegada. A estas juntaram-se as noites mágicas onde o "Coça a Barriga" português se juntava à "batucada" polaca (influenciada pelo samba) ou ao ritmo frenético da música búlgara ou à pirotecnia magnífica catalã. Cedo se percebeu que teríamos ingredientes q.b. para um espectáculo contagiante de alegria. O projecto coordenado artisticamente pela enérgica polaca Marzena era arrojado e com um tema explosivo: Dionis, Deus do vinho regressava a Macedónia. Foram-nos muito bem explicados pelos responsáveis locais todos os antigos ritos acerca das festas dionisíacas, para que melhor recriássemos uma delas. Festa a qual foi precedida de outras, com as performances de cada grupo a atrairem as atenções dos habitantes de Bitola, segunda cidade da Macedónia. Ao longo dos dias, foi-se criando uma certa cumplicidade com o público através da interacção com este, nomeadamente no concerto dos músicos portugueses em que pusémos o público a dançar a Dobadoira e a cantar o "Coça a Barriga"; a rua pedonal simplesmente "entupiu". Assim, o espectáculo final foi um culminar de uma temporada inesquecível, tanto para nós como para eles, visível no rosto feliz e surpreso por tanto fogo, tanta música, tanta animação, porventura rara num país vitimado anteriormente pela opressão (visível também nos grupos sérvios e bósnios) e em que o custo de vida é bastante superior ao português. Toda esta energia e animação contrastava com a paz do monte Pellister, local do nosso alojamento e dos workshops diários situados a 1200mts de altitude a a cerca de 15km de Bitola. No meio da natureza sem rasto de civilização, a alguns kms com vistas magníficas encontrávamo-nos num local belo e sossegadíssimo. No último dia para os portugueses (viemos um dia mais cedo por causa do concerto Os CantAutores na Festa do Avante), deu-se a apresentação do mesmo espectáculo em Ohrid, património mundial da UNESCO, com os seus monumentos (cerca de 100 igrejas e mosteiros) e um belíssimo lago (dos mais velhos do mundo) com águas límpidas convidativas a um banho relaxante ao fim da tarde durante uma viagem de barco. O local prometia, visto a apresentação decorrer num anfiteatro típico da Antiguidade Clássica, mas a adesão do público foi fraca e tivemos que fazer a festa (quase) sozinhos. Não foi por isso que o público saiu desprivilegiado ou desencantado com a loucura e fantasia desta mistura de portugueses, espanhóis, polacos, macedónios, sérvios, búlgaros e bósnios. E na hora da partida dos portugueses a emoção foi grande e a saudade ficou lá, mostrando que este sentimento pode deixar de ser exclusivo nosso.


Campina (Roménia)
7 a 14 de Setembro 2003
comitiva: Paulo, Fausto, Marisa, Rui e André

Rainbow Art Festival

Foi curto. Foi curto o intercâmbio. Foi curto o bom tempo. Devido a atrasos nos aviões ficámos um dia à espera de chegar à Roménia e depois de lá estar o sol foi de pouca dura.Chegou mesmo a impedir-nos de realizar a 2ª apresentação pública do espectáculo: o tempo não ajudou nos últimos dias nem à viagem turística a Sinaia nem ao acampamento no qual estivémos precisamente nos dias chuvosos.
Mas nem tudo foi assim. Foi boa a troca de experiências, a aprendizagem de outras culturas e também o espectáculo final. Construído a partir do tema Viajar (no fundo o que todos fizémos para chegar à Roménia) e com quatro partes distintas (os quatro workshops: aspectos cénicos, teatro, dança e música) mas que se complementavam e juntavam, foi um espectáculo feliz que fez rir a audiência. Seguindo a temática de Viajar, foi retratada uma viagem de comboio e como duas desconhecidas com incidentes na estação de comboio se podem tornar amigas através de uma série de episódios contrários às duas. Foi ainda uma oportunidade de crítica à sociedade actual visto ser mostrado durante a peça o suborno de um revisor e a brutalidade de oficiais fronteiriços. A música apesar de não ser típica de nenhum dos países participantes (Roménia, Portugal, Luxemburgo, Polónia e Eslovénia), foi bastante bem adaptada e alvo de uma imaginação excepcional com nenhum pormenor a ser descurado (como o assobio do comboio e o fecho das portas). Imaginação esta que também esteve bastante presente na dança que retratou o sentimento de ilusão.
O público gostou. Nós também. Mas depois foi logo o regresso e não pudémos conhecer melhor aquele país nem aquelas pessoas que tão bem nos acolheram e fizeram de tudo para que nos pudéssemos sentir bem.Para o ano há mais, disseram-nos eles. Esperamos...


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AS OPORTUNIDADES DO PROGRAMA JUVENTUDE

Sabia que todas estas acções foram financiadas em grande percentagem pelo Programa "Juventude" da Comissão Europeia? Jovens ou associações podem propor-se a acções concretas de intercâmbio, serviço voluntário, iniciativas locais, seminários ou visitas, a realizar numa série de países europeus e também noutras regiões do globo. É um programa aberto e disponível, com possibilidades incríveis para a mobilidade juvenil.

As delegações do IPJ ou o site www.sej.pt esclarecem todas as questões e apoiam a instrução de candidaturas.

Localmente, a d’Orfeu está apta a disponibilizar igualmente toda a informação e esclarecimentos sobre o Programa, bem como estimular o aparecimento de novos projectos nesta área.

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O PERCURSO DA ASSOCIAÇÃO NO PROGRAMA JUVENTUDE

A d’Orfeu promove a mobilidade europeia desde o ano 2000 e participa regularmente em intercâmbios na Europa, especialmente artísticos. Na qualidade de anfitriões organiza o "d'Orfusão" desde 2001 e, no ano passado, organizou também o Seminário "d'Orfusão +". Acolhe ainda Serviço Voluntário Europeu de jovens estrangeiros na associação, tendo entre si actualmente 2 voluntários (da Grécia e da Bulgária) durante 12 meses, sendo que brevemente contará com um maior número de voluntários estrangeiros.

Promoveu ainda uma iniciativa de jovens, em 2001, denominada "Saga Cigana", ao abrigo do programa Juventude, mobilizando jovens locais a retratar esta temática de dimensão europeia.

No seguimento de inúmeras parcerias com organizações de quase todos os Países-Programa, iniciou em 2002 a cooperação com países do Sudeste Europeu. Neste ano de 2003, estabeleceu já parcerias e projectos concretos a desenvolver com países africanos do Mediterrâneo (participou no EUROMED na Argélia e na Jordânia) e com países da América Latina (viu aprovada uma visita a decorrer em Novembro próximo ao Brasil, onde coordenará um encontro com 10 organizações europeias e latino-americanas).

quarta-feira, 1 de outubro de 2003

Tributo a Adriano Correia de Oliveira

Espectáculo de tributo nacional
pelo Coro dos Tribunais
ÁGUEDA- Auditório do CEFAS
sexta 3 Outubro 2003, 21:45

Adriano Correia de Oliveira será alvo de evocação em Águeda, na noite de 3 de Outubro. O palco do CEFAS será pequeno para tantos músicos e amigos: Paulo Sucena e Manuel Alegre desfiarão as histórias do trovador e vários músicos se associam ao tributo, num elenco ao nível do mérito da vida e obra de Adriano.

O tributo a Adriano Correia de Oliveira é um espectáculo de música e poesia com qual se pretende dar uma visão geral da vida e obra deste cantor e a sua importante influência no virar de página do panorama cultural português dos anos da revolução.
Em palco, a poesia e alguns quadros da vida do Adriano serão da responsabilidade do aguedense Paulo Sucena, amigo de sempre de Adriano Correia de Oliveira. Outro aguedense cuja vida se cruzou com a de Adriano foi Manuel Alegre, que estará também presente na noite do CEFAS.
A intervenção musical é feita pelos restantes elementos do "Coro dos Tribunais". O violinista Manuela Rocha (da Brigada Victor Jara), o cantautor açoriano Zeca Medeiros, o flautista Sérgio Mestre e ainda João Domingos, Gil Alves, Paulo Borges, Luís Simões, Rogério Pires e Manuel Portugal. Será evocado o percurso musical que vai dos tempos de Coimbra aos poemas de Manuel da Fonseca, passando pelos tradicionais portugueses e pelas canções musicadas por José Niza.
Paralelamente decorrerá uma exposição fotográfica sobre alguns momentos da vida de Adriano Correia de Oliveira.
O espectáculo está a ser levado a todo o país, numa justa homenagem nacional a Adriano Correia de Oliveira. Para além de Águeda, cuja apresentação ocorrerá no dia seguinte à estreia em Lisboa do tributo no actual formato, o Coro dos Tribunais passará ainda por localidades como Serpa, Mêda, Amadora, Sesimbra, Sabugal, entre muitas outras.
Este tributo do "Coro dos Tribunais" em Águeda tem o condão de ir lutando contra o apagar da memória de um dos melhores trovadores portugueses, tal como outras marcantes, manifestações que vão felizmente acontecendo: Adriano já fora recordado recentemente num encontro ocorrido em Macinhata do Vouga (Águeda) por ocasião dos 20 anos da sua morte, em Outubro de 2002. O tributo de 3 de Outubro será um impulso mais na luta contra o lento apagar dos vultos da nossa cultura da memória colectiva.