quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

OuTonalidades 2002 a fechar...

Vai correr o pano sobre o OuTonalidades 2002. Termina sábado no bard’O a maratona de música ao vivo que mudou em sons quentes, as noites frias e chuvosas de OuTono.

O circuito começou há 10 fins-de-semana, debutava OuTubro, e percorreu toda a estação, num total de 22 espectáculos, com 7 grupos em 13 bares do concelho de Águeda, para além das extensões nos concelhos de Aveiro e Ílhavo numa parceria entre a d’Orfeu e a Oficina de Música de Aveiro/Activar.
Pelas 22 horas do próximo sábado 21 de Dezembro, ao primeiro sinal de Inverno no anfitrião bard’O, a noite é de Finalidades, o encerramento que reúne bares e grupos participantes e o patrocinador do evento - a Novóptica - numa noite informal de festa, improviso e tertúlia, numa jam session colectiva, na despedida do evento.
Mais uma vez tem sido marcante a excelente adesão do público, os grandes divulgadores do festival, com seguidores que carimbaram a presença em todos os apeadeiros da viagem OuTonal. Estas duas noites que restam, sexta no Rami em A-dos-Ferreiros e sábado no bard’O, são para aproveitar a música até à última!

terça-feira, 10 de dezembro de 2002

Concerto Os CantAutores em Recardães

enCantautores ou Porque nos amam assim?!

Foi com o encanto de Zeca Afonso que se iniciou o fim de uma grande temporada. Num concerto memorável onde também se ouviram músicas de Sérgio Godinho e Fausto, que pôs em êxtase qualquer espectador por mais distraído, o elenco dos Cantautores encheu a alma ao público com momentos de singular beleza. Não obstante estes momentos, foi num clima intensamente alegre e festivo que se passou uma noite de sonho. Uma noite em que a utopia se torna (quase) real e o stress citadino, os problemas quotidianos e a rotina do dia-a-dia se esquecem. Como disse o Pe. João Paulo, não se deve dar apenas de comer às pessoas, é preciso cultura.
É preciso cultura e é preciso mostrar aos mais jovens a música de intervenção para que se acordem consciências mais adormecidas ou perdidas.
É bom ver as crianças a aprenderem as "Sete Mulheres do Minho". É bom mostrar a qualidade da música portuguesa e é bom descentralizar a cultura. Após passar por mais de 40 locais, o encerramento da temporada no auditório do Centro Comunitário de Recardãe (onde já decorreram outras iniciativas da d'Orfeu nomeadamente o Gesto Orelhudo) afirma cada vez mais aquele espaço e Águeda como pólo dinamizador da cultura.
Bem-haja à d'Orfeu por estas e muitas outras iniciativas. No meio de tantas adversidades, continua-se a lutar por trazer a Águeda espectáculos de excelente qualidade muitas vezes impensáveis de início. "Enquanto há força [...] Seremos muitos, seremos alguém" como diz o saudoso Zeca Afonso (que mereceu uma salva de palmas durante o espectáculo). Esse alguém passa também pelo público (de Águeda e de fora) que já se rendeu à indubitável qualidade dos espectáculos da d'Orfeu e que mantém possível a concretização de muitos sonhos.
Fica-se à espera de uma nova temporada com a ânsia natural de quem espera por um momento de paz de espírito e felicidade. Porque nos amam assim?!


Fausto Ferreira

sábado, 7 de dezembro de 2002

d’Orfusão + Águeda, 18 a 22 Dezembro 2002

Decorrerá em Águeda, de 17 a 22 de Dezembro, o Seminário Europeu “d’Orfusão +”, por iniciativa da d’Orfeu - Associação Cultural, acontecimento que juntará representantes de organizações juvenis ligadas às artes, vindas de 19 diferentes países da Europa (Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Grécia, Polónia, República Checa, Estónia, Letónia, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Macedónia, Sérvia, Bósnia Herzegovina, Kosovo, Albânia, Roménia) para o estabelecimento de contactos e a armação de futuros projectos artísticos de mobilidade entre os parceiros de uma rede europeia que engloba companhias de teatro, dança, circo, grupos musicais, promotoras culturais, centros de artes, escolas artísticas, num total de 26 organizações artísticas juvenis.

Este alargado Seminário pretende apurar a viabilidade de cooperação com inúmeros parceiros da d’Orfeu, seja com vista ao intercâmbio “d’Orfusão” que regularmente se realiza em Julho de cada ano em Águeda, seja como promoção da d’Orfeu e dos seus jovens enquanto potenciais participantes na acções multilaterais que deste Seminário nascerão para se realizar noutros países. Do incremento positivo que trará à dimensão europeia d’Orfeu, surge o baptismo deste Seminário como “d’Orfusão +”.

O seminário, para além de pôr em contacto organizações europeias similares (todas ligadas ao trabalho das artes pelos jovens), estimulará especialmente a participação massiva das associações juvenis locais e regionais num dos dias do programa (sexta 20 de Dezembro), em que o Seminário abrirá as portas precisamente ao contacto da comunidade local e regional com os representantes das 26 organizações estrangeiras. Esse momento prevê uma visita à exposição permanente sobre as organizações representadas e o contacto pessoal com os potenciais parceiros. No resto do tempo, as organizações representadas desenvolverão projectos artísticos com jovens a desenvolver em vários países em 2003, angariando aqui as suas principais parcerias.

A d’Orfeu é uma associação cultural constituída e dirigida maioritariamente por jovens e, a par da sua incessante actividade cultural em Águeda e da sua faceta criativa, desdobra-se ainda no lançamento de projectos europeus em Águeda, ao abrigo do Programa Juventude, bem como da mobilidade do seus jovens que já visitaram recentemente países como Inglaterra, França, Itália, Polónia, Finlândia, Espanha, República Checa, Eslovénia e Hungria, na maioria dos casos em projectos de desenvolvimento artístico ligado à música, ao teatro e artes performativas.

d’Orfusão + em Águeda

Águeda (Portugal), 18th to 21th December 2002

Through an initiative of d’Orfeu - Cultural Association, the European Seminar “d’Orfusão +” will take place in Águeda, from 17th to 22nd December. This event will gather delegates of young associations connected with arts, coming from 19 different European countries ( Portugal, Spain, France, Italy, Germany, Greece, Poland, Czech Republic, Estonia, Latvia, Slovakia, Hungary, Slovenia, Macedonia, Serbia, Bosnia Herzegovina, Kosovo, Albania, Rumania) for the establishment of contacts and the implementation of future artistic projects of mobility, among the partners of a European net, which includes theatre, dance, circus companies, musical groups, cultural promoters, arts centres, artistic schools, summing up 26 young artistic organizations.

This extended seminar aims to verify the viability of cooperation with countless d'Orfeu partners, either regarding the interchange d’Orfusão, regularly carried out, every July, in Águeda, or as a promotion of Cd'Orfeu and its associates, as potential participants in the multilateral actions, resulting from this seminar, to be performed in other countries. From the positive implementation to the European d'Orfeu dimension, comes the baptism of this seminar as d'Orfusão +.

The seminar, besides putting in touch similar European organizations (all of them connected with the artistic work by the youngsters) will particularly stimulate the massive participation of the local and regional juvenile associations on one of the scheduled days (friday, 20th December), precisely when the seminar will open its doors to the local and regional community, for a contact with the representatives of the 26 foreign associations. That moment foresees a visit to the permanent exhibition about the represented organizations and the personal contact with the potential partners. On the remaining time, the represented organizations will implement artistic projects to be carried out in several countries in 2003, engaging here their main partnerships.

d'Orfeu is a cultural association constituted and run mostly by youngsters and, in parallel with its endless cultural activity in Águeda and its creative side, still duplicates itself on the launching of European projects in Águeda, under the Youth Program, as well as on the mobility of its youngsters, who have recently visited countries like the UK, France, Italy, Poland, Finland, Spain, Czech Republic, Slovenia and Hungary, mostly in projects of artistic development connected with music, theatre and performance arts.

domingo, 1 de dezembro de 2002

Curtas d'Orfeu Dezembro 2002

"Muito Riso, Muito Siso" no novo auditório de Valongo
O espectáculo "Muito Riso, Muito Siso" que tem rodado desde a estreia no festival O Gesto Orelhudo, vai ser apresentado no novo auditório da Casa do Povo de Valongo do Vouga, no próximo sábado 14 Dezembro, pelas 21h30. A lotação é limitada.

Toda a Europa num Seminário em Águeda

De 17 a 22 de Dezembro, a d'Orfeu é anfitriã do Seminário Europeu "d'Orfusão +", que juntará representantes de organizações juvenis ligadas àas astes, vindas de 18 diferentes países da Europa (Portugal, Espanha, França, itália, Alemanhã, Grécia. Polonia, Republica Checa, Estónia, Letónia, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Macedónia, Sérvia, Bósnia Herzegovina, Albânia, Roménia). o estabelecimento de contactos e a armação de futuros projectos artísticos de mobilidade entre os parceiros de uma rede europeia que engloba companhias de teatro, dança, circo, grupos musicais, promotoras culturais, centros de artes, escolas artísticas, num total de 26 organizações artísticas juvenis, são os objectivos da iniciativa.

OuTonalidades na recta final
Aproxima-se do final do OuTonalidades. As últimas noites, até 21 de Dezembro, vão estar ao rubro. Ainda há concertos no Guiness, no Villa's, no Olaria, no Rami e no bard'O! É que depois, só para o ano...

Os CantAutores fecharam em Recardães a temporada 2002
"Enquanto há força [...] Seremos muitos, seremos alguém" como diz o saudoso Zeca Afonso (que mereceu uma salva de palmas durante o espectáculo). Foi como o seu encanto que se iniciou o fim de uma grande temporada. num concerto de êxtase, o elenco dos CantAutores encheu a alma ao público. Foi num clima intensamente alegre e festivo que se marcou a noite de 6 de Dezembro.

sexta-feira, 22 de novembro de 2002

Concerto de fecho da temporada 2002 - Os CantAutores

d’Orfeu apresenta “Os Cantautores” em Recardães na próxima sexta-feira, 6 de Dezembro, num concerto que marca o fecho da temporada 2002, ano marcado pela edição do CD “Os CantAutores” e pela sua digressão nacional.

O regresso da d’Orfeu a Recardães, na ressaca do êxito do recente Festival “O Gesto Orelhudo”, representa a continuidade de um ciclo de cooperação com o Centro Comunitário, tendo por base a dinamização daquele equipamento cultural, com condições que a própria cidade não consegue ainda disponibilizar.

Ao palco de Recardães subirão “Os CantAutores”, num concerto especial de encerramento da temporada, num ano marcado pela edição do CD do espectáculo, aliás lançado numa noite memorável, a 24 de Abril passado, na única ocasião em que “Os CantAutores” subiram à cena em Águeda este ano.

A noite, para além da evocação criativa das obras de José Afonso, Sérgio Godiho e Fausto, será marcada por uma certa viagem em torno da digressão nacional que o espectáculo tem feito, numa retrospectiva das imagens que têm colocado “Os CantAutores” na rota dos palcos portugueses.

O colectivo da d’Orfeu que interpreta este espectáculo percorreu, desde a estreia, o país de ponta a ponta, com concertos de Faro a Vila Nova de Cerveira, de Lagos à Póvoa do Lanhoso, de Tavira a Alijó, de Ourique ao Mogadouro, do Alandroal ao Porto, de Nisa ao Sabugal, do Pinhal Novo a Ílhavo, de Palmela a Sever do Vouga e de Tondela a Águeda.
Esta capacidade de circulação (também seguida por outros espectáculos d’Orfeu em cena), a par de uma tamanha actividade permanente enquanto promotora cultural em Águeda, trata-se de um verdadeiro desafio de resistência de uma pequena associação cultural de província que vê, nos olhos do público, o verdadeiro sentido da sua missão. Serão esses os olhos que estarão de novo em casa, em Recardães, para viver a noite d’Os CantAutores.

quinta-feira, 7 de novembro de 2002

Curtas d’Orfeu Novembro 2002

OuTonalidades e os tons da noite em Águeda
Ainda nem a meio vai a odisseia da música ao vivo nos bares do concelho e arredores. Arrancou no bard’O com os blues do Beto e seus Amigos, seguiu com o aroma brasileiro dos Samba Lê-lê no Jotta's, mais os fantáticos moçambicanos Pazedi a arrasar Pompeia e ainda Clave de Xuva animados no Rami, entre outras noites de OuTonalidades.
Está escrito: não mais descansarás até ao fim do OuTono. Sextas e sábados à noite, religiosamente, a música ao vivo dá novas cores ao OuTono em Águeda.

“Muito Riso, Muito Siso” em rodagem

O espectáculo “Muito Riso, Muito Siso” estreado há poucas semanas pelo colectivo Andamento, tem uma série de apresentações marcadas para este mês:
seg 11 Novembro na Escola Secundária Adolfo Portela
qua 20 Novembro no bard’O
sáb 23 Novembro na Covilhã - festival Artubi
sáb 30 Novembro em Loureiro - programação do TAL

Sorrisos estrangeiros na d’Orfeu

O italiano Roberto e o francês Adrien, voluntários há poucos meses na d’Orfeu, abraçam um projecto artístico multidisciplinar a que deram o nome de “Sorriso Salgado”, no âmbito do seu projecto de voluntariado em Portugal. Esta ideia abrangente congrega sessões de teatro e poesia (já integradas no programa de Novembro no bard’O) mas também acções de formação junto do público infanto-juvenil lá mais para a frente.

Cursos de informática no Espaço d’Orfeu

As classes de informática no Espaço Millenium instalado na d’Orfeu vão arrancar brevemente, com formadores da Fundação para a Divulgação das Tecnologias da Informação. Os seis terminais de computador acolherão turmas às quartas à tarde e sábados de manhã. Jovens interessados entre os 10 e os 18 anos devem inscrever-se na d’Orfeu (234603164 ou dorfeu@dorfeu.com).

Programação de Novembro no bard’O
O bard’O acolhe este mês um série de animações, entre sessões de teatro, poesia ou música. A programação permanente naquele espaço, na sua maioria garantida por gente da casa, é uma das formas de fomento e estímulo à criação artística na d’Orfeu, nas suas várias facetas.

quarta-feira, 30 de outubro de 2002

3º Festival O Gesto Orelhudo: um fenómeno de adesão!

Uma romaria diária para o Auditório de Recardães marcou a 3ª edição de "O Gesto Orelhudo", um festival inédito de fusão de música e teatro que surpreendeu o país cultural, arrastou a região e encheu as medidas a Águeda.

Sucederam-se as noites incríveis na programação (Banda Osiris, La Trova, Oskar & Strudel, Paul Morocco & Olé, Rock & Clown, Bernard Massuir...) até ao apoteótico encerramento com Wok!, espectáculo que fechou o ciclo de qualidade que fora aberto na sexta-feira anterior, na abertura do festival, pelos italianos da Banda Osiris, uma verdadeiro surpresa para o público.
O Auditório de Recardães registou casas cheias durante os dias de semana e na sexta-feira abarrotou para ver o portentoso espectáculo de percussão de Rui Júnior & TocáRufar, melhor opção para o encerramento que qualquer descarga de fogo de artifício.
A memória desta edição do festival está já gravada nos gestos do público cúmplice, uma imensa minoria que acompanha fielmente a d'Orfeu e a carrega ao colo, com toda a solidariedade cultural do mundo.

O livro de honra do festival registou uma desusada profusão de pontos de exclamação. A seguir se transcrevem alguns dos testemunhos do público, escritos nas noites desta 3ª edição:

"Saí de casa uma noite para ver um espectáculo que não sabia o que era... e tive que sair todas as noites...nem a chuva me parou. Foi um espectáculo. Parabéns."

"Simplesmente genial! Continuem a surpreender-nos!"

"Apesar de conhecermos não deixamos de nos surpreender com a capacidade de inovação e a vontade de fazer arte e luz na noite mostrada pela d'Orfeu. Obrigado."

"Programação simplesmente fenomenal! Em frente!"

"Adorei os espectáculos e espero que continuem a organizá-los. Parabéns."

"Não existem palavras para exprimir o que estou a sentir, a ver e a ouvir!!! Há um misto de sensações no ar que inundam toda a sala e que se convertem em milhares de expressões diferentes; umas se alegria, umas de espanto, outras de admiração... E tudo isto porquê? Porque vocês são todos magníficos, sem excepção!!! Continuem sempre!"

"Estou maravilhado com o que tenho visto. Entre todos os espectáculos só a d'Orfeu me proporciona estas noites inesquecíveis. Parabéns."

sábado, 26 de outubro de 2002

A palavra da d'Orfeu

Pessoalmente tenho consideração e estima pelo Dr. Paulo Matos, que julgo serem recíprocas, e não me move o desejo de sustentação de querela de qualquer ordem.
São reconhecidos pela d'Orfeu a simpatia e o respeito que o Dr. Paulo Matos nutre por esta Associação Cultural, sentimentos expressamente manifestados não só na frequência com que assiste aos nossos espectáculos e nas análises daí decorrentes, como também nos elogios tecidos no último artigo. A d'Orfeu e a Política Cultural da Câmara, publicado no Jornal Soberania do Povo, a 6 de Setembro de 2002. Com efeito, na opinião do coordenador do grupo municipal do PSD na Assembleia Municipal, desenvolvemos multifacetadas actividades, representamos alguma lufada de ar fresco no panorama cultural de Águeda, temos uma lógica de funcionamento quase empresarial, constituímos uma vanguarda cultural, perseguimos nobres objectivos, elaboramos uma política cultural integrada, na base de um plano anual podendo servir de exemplo à própria autarquia e, justiça nos seja feita, fornecemos anualmente à autarquia o nosso plano de projectos e actividades, razões sobejas para justificar o crédito que nos atribui.
Agradeço, em nome da d'Orfeu.
Por outro lado, julgo que não são adequados os epítetos de arrogância e de alguma soberba intelectual, por considerar que não se ajustam à nossa postura.
A nossa Associação tem-se pautado por atitudes de verticalidade, independência, crítica construtiva, abertura e cooperação, a nível nacional e internacional.
Somos uma instituição de utilidade pública, recebemos dinheiros públicos, temos apoios mecenáticos, e, consequentemente pautamo-nos por critérios de exigência e rigor em todo o nosso trabalho, quer no funcionamento da nossa contabilidade, quer nas nossas iniciativas que, não sendo certamente do agrado de todos, são múltipla e de reconhecida qualidade. Águeda é rica em empreendimentos e associações culturais e tem igualmente público para todas essas realizações. Nós também constatamos a progressiva adesão do público local e regional - às nossas iniciativas.
São conhecidas as várias parcerias com outras instituições e é do domínio público a disponibilidade com que temos acedido às solicitações de várias entidades, nas quais se inclui a própria autarquia. Prestamos o nosso serviço público. O trabalho artístico que temos apresentado é a maior parte das vezes gratuito. As instituições, com quem temos tido a honra de colaborar, sabem disso. Mas infelizmente a cultura não se paga na totalidade por si própria, as nossas despesas são bastante consideráveis e a estrutura humana fixa sobrevive desta actividade. A nossa capacidade de auto-financiamento é relevante, mas insuficiente. E qual é a instituição cultural de serviço público que vive sem apoios? É evidente que não poderíamos ter a mesma gratuitidade em relação a espectáculos de artistas de renome nacional e internacional, que temos trazido aos palcos de Águeda. É do conhecimento geral que a mentalidade e a cultura de um povo não evoluem, se persistirmos sempre nos mesmos modelos. É preciso conhecer outras realidades para, a partir da nossa, construirmos outras, inovando sempre.
Nos últimos anos, a d'Orfeu tem proporcionado a jovens de Águeda o conhecimento de outras realidades culturais por toda a Europa. Águeda tem sido o ponto de encontro de jovens de várias nacionalidades, através duma política de intercâmbios, apoiada pela União Europeia e por entidades locais. Tais factos constam dos nossos planos de actividades que, como se constata, têm sido entregues à autarquia.
É por demais óbvio que a nossa política cultural integrada só pode concretizar-se com base nos apoios substanciais que recebemos do Estado Central (Ministério da Cultura), da Comissão Europeia, do IPJ e do mecenato, tendo sido os respectivos montantes divulgados junto da autarquia. Refira-se que já manifestámos toda a disponibilidade e abertura no acesso à nossa contabilidade e outros dossiers. Não repetimos aqui os números, não porque eles sejam falaciosos, mas porque, concordando com o articulista, poderiam tomar a leitura menos interessante.
Não negamos que a Câmara Municipal de Águeda nos tem apoiado. Pretendemos sim, que reconheça efectivamente o dinamismo da Associação, a qualidade da sua intervenção, o papel que desempenha no panorama cultural da cidade e nos apoie na concretização dos nossos objectivos. É muito importante para nós essa credibilidade. Conhecemos a capacidade e a sensibilidade cultural da vereadora da cultura e dos departamentos técnicos, imaginamos as dificuldades na gestão da política cultural, continuamos a disponibilizarmo-nos para uma colaboração aberta, mas não podemos deixar de usar a palavra para reivindicarmos o que entendemos ser justo.
É referido no texto um certo aproveitamento político desta controvérsia. Afirmo e certamente não se porá em dúvida a minha palavra que, a haver qualquer politização da polémica, somos completamente alheios a esse facto. Convidámos todos os grupos parlamentares a visitarem as nossas instalações. Todos reconheceram as condições difíceis em que trabalhamos, o estado crítico das instalações e o capital humano de trabalho e dedicação dos funcionários e de toda a equipa d'Orfeu. Expusemo-nos. Águeda precisa de nós, como de todas as outras instituições culturais. Somos uma Associação apartidária, constituída por pessoas que, naturalmente, se enquadram em várias opções partidárias. Não defendemos qualquer opção político-partidária. Colaboramos com todos. E esperamos a colaboração de todos.
Concordo com a grande maioria dos princípios expostos no referido artigo. Tem na verdade a autarquia toda a legitimidade de definir uma política cultural municipal integrada para o concelho que, de acordo com o Programa de apoio a actividades culturais, lúdicas e desportivas, deverá reflectir um pluralismo cultural que o estabelecimento de parcerias com as múltiplas instituições existentes no concelho contribuirá com certeza para consolidar, devendo todos os agentes culturais fornecer igualmente à autarquia o seu plano anual de projectos e actividades, com vista à concepção e definição de critérios de elegibilidade e de selecção de iniciativas a apoiar. Penso que todos os agentes culturais têm conhecimento da obrigatoriedade deste procedimento. A autarquia tem, não apenas o direito mas, na minha opinião, tem mesmo o dever de acompanhar e avaliar a execução do programa, com vista a uma política de transparência.
E finalmente quero aplaudir a ideia final do texto. Águeda merece e precisa urgentemente de um centro de artes moderno e polivalente, desses que já vão aparecendo não só no litoral como no interior do país.


Odete Ferreira

sexta-feira, 25 de outubro de 2002

Andamento em Lisboa

A convite do Senhor Director do Museu de Marinha, de Lisboa, e com o apoio da Câmara Municipal de Águeda e do Sr. Comendador António Silva, Presidente do Conselho de Administração da SIM, o ANDAMENTO da d'Orfeu Associação Cultural, com a colaboração da Escola Secundária Marques de Castilho, participou, no passado dia 22 de Outubro, nas cerimónias oficiais comemorativas dos 80 anos da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul., com a apresentação de Por ares nunca dantes navegados, colectânea de textos de Luís de Camões, Sarmento Rodrigues, Gago Coutinho, Sacadura Cabral, Potiguar Fernandes, Sophia de Mello Breyner e Odete Ferreira.

Nestas palavras oficiosas, esconde-se a cor da travessia e o gosto da travessura de um grupo poético-musical, que mais ou menos assim se viveu.


22 de Outubro - 8h30m - Praça Dr. António Breda

Vão chegando os artistas e os técnicos, a esfregar ainda os últimos sinais de sono. O autocarro da Câmara Municipal vai-se enchendo de equipamento e de arte. Ninguém se atreveu a ultrapassar o limite da pontualidade. O condutor sorria, já habituado a estas andanças.

Já foi o último controle. Já foi o arranque da partida.

A bordo

Vive-se a atmosfera de uma festa, largando a rotina. O Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Marques de Castilho oficializa a fuga. Emília Batista contabiliza os adereços. O fato de Almirante está em cima, a bóina do marujo, por baixo, as cruzes do império, na bagageira, que eu me lembre, não falta nada. Os textos, os textos?, pergunta o Óscar, com medo de perder a personagem. O Bruno acalma o estresse do pêssoal, sotaqueando o brasileiro. A Ana e o Francisco respiram silêncios e sorrisos e acomodam o instrumental. O Paulo, o técnico da dOrfeu, assume o ar imperturbável de quem domina a situação. O Hugo acena um adeus a um grupo de fãs.

Águeda começa a perder-se. Levamos a inquietação dos nossos, que nos ligam a desejar sucesso e boa-viagem. A Raquel e a Marisa partilham os segredos mais recentes. O Ricardo liga à mãe, a desejar-lhe bom dia. Adequa-se a música e olha-se a estrada molhada, a abarrotar de trânsito.

Uma paragem a meio da travessia.

E finalmente a capital

Desfilam as nossas memórias de anteriores deslocações. Nós estamos a ficar bigues, superlativa-se o Bruno. Atravessamos Lisboa, rumo à Praça do Império. Ao lado dos Jerónimos, o Museu de Marinha. Um marinheiro aguarda-nos e dá-nos instruções. Recepção de stars, comenta a Marisa. Chega o nosso anfitrião com a afabilidade de quem sabe receber.
Museu de Marinha 13h
Entramos na sala grande do Museu. O Santa Cruz, o hidroavião que terminou a Travessia, estende-nos as asas, com um certo ar de espanto e suspeição.

Que gente tão pequena! pensou.

As figuras tutelares de Gago Coutinho e Sacadura Cabral parecem sorrir-nos. No bergantim real, espreita-nos uma palavra cúmplice da rainha D. Amélia.

Mostrem o que valem! Eu estou convosco!

A responsabilidade cresce. Almoçamos na pequena cantina do museu. Somos apresentados ao Subdirector do Museu, ao Comandante da fragata D. Fernando e Glória, a outros marinheiros e a funcionários do museu. As mesmas boas-vindas. A mesma pergunta. Porque vem um grupo de jovens participar nestas cerimónias? E porquê um grupo de Águeda? Desfilo os nossos pergaminhos de agentes culturais, a atestar a importância da cultura nos longes provincianos. Sentimo-nos acarinhados. Estamos prontos a dar o nosso melhor. Por nós mesmos. Por quem acredita em nós.

A tarde passa, entre a montagem do som e os últimos ensaios. O nosso guarda-roupa mostra-se um pouco desadaptado. Os fatos de hoje não vestiam condignamente os heróis de há 80 anos. Rapidamente se substitui a modernidade. Emprestam-nos sobretudos, gorros, bóinas, casacas, tudo o que nos dava um ar de maior autenticidade.
Começam a desenhar-se outros convites.

Têm de vir cá fazer um espectáculo, na fragata D. Fernando.

Disfarçamos os nossos medos e agradecemos. Um visitante de língua inglesa observa os preparativos e vai opinando,

This must be for the king!

Deve acreditar que somos uma província de Espanha e Juan Carlos nos governa.

No final, uma pausa curta para um café.
18 Horas
Começam a chegar os convidados. Fardas de gala da marinha vão azulando o museu. Almirantes e outras altas patentes olham-nos com estranheza. O presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta traz-nos um abraço de festa e de solidariedade. Afinal, também recordamos Sarmento Rodrigues, um ilustre da sua terra. Os actores lembram-se bem da hospitalidade e do calor do público transmontano. Somos convidados a actuar no Centro Cultural da vila, recentemente inaugurado. Lá estaremos brevemente.

Familiares nossos estão no meio do público.

E a cerimónia começa. As palavras do Director do Museu, o Comandante Adriano Beça Gil, a abrir a sessão. Em seguida, uma conferência proferida pelo Comandante António Jorge Silva Soares, ex-aviador naval, dedicada especialmente aos jovens, sobre o valor do feito de Gago Coutinho e de Sacadura Cabral e a sua importância para a história da aviação mundial.

O nosso momento.

O texto e a música fluem. Os olhos abertos da assistência. O silêncio da concentração. E os aplausos finais. Todas as perguntas ficam respondidas. As felicitações. A oferta de um brasão do Museu de Marinha dedicado ao Andamento da dOrfeu. Saudações de familiares de Sacadura Cabral. Abraços efusivos do filho e genro de Sarmento Rodrigues, também eles almirantes.

Uma maneira inovadora e aliciante de apresentar a história comenta-se. Pedem-nos o texto, perguntam-nos porque não levamos o espectáculo a escolas, porque é que a televisão não nos divulga, e nós sentimo-nos meio perdidos, no meio de tanto apreço. Mal apreciamos os aperitivos que nos oferecem.

Antes do regresso, o jantar. O mesmo bem receber. A mesma qualidade culinária. Umas últimas palavras do Director. Lembranças ainda. Agradecimentos mútuos. Convidem-nos sempre.

21h30m A bordo

Ambiente escurecido. Assentos almofadados. Ansiedade acomodada. Saudade já.
O quase amargo da rotina do amanhã. Uma paragem a cortar o sono.

24h Praça Dr. António Breda

Um até amanhã. No sono, revisitamos o abraço que levámos a Lisboa.


Odete Ferreira

segunda-feira, 21 de outubro de 2002

Carta Aberta ao público do Gesto Orelhudo!

Que se me perdoe esta provincianice de oferecer um ramalhete de palavras ao público, depois do pano corrido. O festival internacional de musicómicos aconteceu, arte de palco mostrou-se, a televisão, a rádio e a imprensa escrita divulgaram, o nome de Recardães e de Águeda correu o país, o público acorreu, numa saudável evasão ao quotidiano, encheu o auditório do Centro Social de Recardães, e, durante uma semana, o Gesto da d'Orfeu apontou o caminho da noite.

Muita orelha se apurou!

Depois do até sempre da d'Orfeu, nem sequer é protocolar este meu escrito. Mas eu não gosto de alinhar em protocolos!

E por isso, que o gesto agora seja de leitura.

Antes do gabanço a penitência!

Neste caso, a penitência é nossa! Anda uma enorme dor de orelhas pela região e talvez ainda uma maior dor de rins. Se nos responsabilizamos por estes efeitos secundários de uma semana de gargalhadas, por outro lado devemos ter contribuído para uma descida nos valores da tensão arterial, efeito que tem o epicentro em Recardães, se espalha pelo concelho de Águeda, pelo distrito de Aveiro e vai contagiando a região centro. Analisando bem os factos, só nos falta prever a inclusão do Gesto Orelhudo nas receitas médicas, para o tratamento das hipocondrias, alergias, melancolias e outras dívidas do ser humano.

E agora as nossas palavras elogiosas. Desta vez, não vão para os artistas. Esses foram anunciados, analisados e avaliados com distinção, na sua grande maioria! Deixaram-nos sempre um espanto e um vazio. Sempre com aquele amargo final que só outro espanto é capaz de curar. Deve ser este o sabor preferido da alma.

Também os nossos apoiantes, os oficiais, os mecenáticos, os logísticos, os técnicos, os divulgadores, mereceram já o nosso reconhecimento. Eles são sempre a primeira pedra do edifício.

O público, esse é o seu telhado. O fim de qualquer festival. O destinatário de qualquer palco. O artista quer entrar-lhe na alma, remexer-lhe o sentir, espevitar-lhe as emoções, fazê-lo explodir de riso, de palmas, de movimento, de lágrimas, provocar-lhe, se possível, o aplauso. E se o final traduz esse percurso de sensações, o artista sente-se gratificado pelas horas sem conta de ensaio de um simples gesto, um texto, um poema, uma música, um movimento, pelo nervosismo que se instala nos bastidores, pela ansiedade com que aguarda a reacção do espectador.

E valeu a pena o nosso tempo na promoção de cultura.

Foi generoso e mecenático o saldo das vossas presenças, aplausos e ovações.

Foi relevante o vosso comentário, a vossa sugestão, a vossa crítica.

Foi gratificante a vossa gargalhada.

Foi muito Orelhudo o vosso e o nosso Gesto!



Odete Ferreira

sexta-feira, 11 de outubro de 2002

OuTonalidades 2002

A 6ª edição do Outonalidades arranca sexta-feira à noite, no bard’O, imediatamente após o encerramento do Festival O Gesto Orelhudo. Um Outono sem tréguas culturais, este que a d’Orfeu propõe.

O circuito de música ao vivo por bares do concelho de Águeda arranca no dia 18 de Outubro e só termina na última noite do Outono, no longínquo dia 21 de Dezembro. Uma programação interrupta de dez fins-de-semana farão de Águeda, mais uma vez, espaço privilegiado de atracção para os públicos nocturnos da região.
O evento terá, este ano, 22 espectáculos, rotativamente pelos 13 bares do concelho de Águeda que aderiram ao certame. Com o evento pretendem-se cativar os públicos para propostas inovadores em termos musicais, provocando uma migração que continue a fazer deste circuito, uma iniciativa de formato inédito a nível nacional.
Este ano, pela primeira vez, alarga-se a intervenção do Outonalidades para fora do concelho de Águeda. Em parceria com a Activar/Oficina de Música de Aveiro, as extensões também nos concelhos de Aveiro e Ílhavo irão multiplicar a grande festa resultante das anteriores edições, que se sucedem anualmente desde 1997, sempre restritas ao concelho de Águeda. Ainda numa fase inicial de expansão, irá testar-se agora a capacidade de aplicação do formato do Outonalidades, noutros locais, rumo a uma dimensão regional em futuras edições.
Cabe aos bares, tanto no circuito concelhio, como nas extensões, o grande mérito deste tipo de programação, sendo que a sua participação no evento vem dependendo de uma forte vontade também cultural. Para além de cada um dos bares aderentes, será novamente anfitrião da programação do Outonalidades 2002, o bard’O, no Espaço d’Orfeu, onde aliás se inicia o evento, a 18 de Outubro. Já prometida fica também a festa de encerramento no mesmo local, no último dia de Outono e que se espera, à semelhança de anos anteriores, resulte no encontro final dos grupos e bares participantes.
A produção executiva e coordenação do Outonalidades são asseguradas pela d’Orfeu – Associação Cultural. A Novóptica é sponsor oficial do evento, que conta ainda com o apoio oficial do Instituto Português da Juventude. A Câmara Municipal de Águeda apoia institucionalmente o evento, com o alargamento do horário de funcionamento dos bares, em noites de Outonalidades.
O Outonalidades 2002, no âmbito da actividade global da d’Orfeu , é considerado de manifesto interesse cultural pelo Ministério da Cultura.

segunda-feira, 7 de outubro de 2002

É melhor não perder pitada do que aí vem!

Para o programa do 8º FINTA - Festival Internacional de Teatro de Tondela consulte
http://www.acert.pt/

Para o programa do 3º Festival O Gesto Orelhudo consulte
http://www.dorfeu.com/

Para o programa do 8º Festival de Teatro Cómico da Maia consulte http://sapp.telepac.pt/teatroartimagem/eventos/fcomico.htm

Solidariedade com Moçambique ao sabor do jazz africano

Dois concertos em Águeda abrem a digressão dos moçambicanos "Pazedi", um quinteto de jazz de Maputo que se encontra na Península Ibérica para uma digressão de um mês, depois da sua brilhante participação no 2º Festival Internacional Teatro de Maputo, em Agosto passado. Para além de o festival se ter revelado um sucesso artístico, com a presença de inúmeras companhias europeias, o festival teve o condão de revelar também valores moçambicanos como os "Pazedi" que, agora, na sua passagem pela Europa esperam recolher fundos para as vítimas da Sida em Moçambique, que foi a causa maior da realização daquele festival.

O quinteto "Pazedi" fará uma primeira apresentação no próximo domingo 13 de Outubro, pelo meio-dia (12h00), na Praça da República, num dia marcado pelas animações de rua do Festival O Gesto Orelhudo. Na próxima semana, os "Pazedi" serão os grandes convidados na noite de abertura do OuTonalidades, no bard’O, na sexta-feira 18 de Outubro pelas 23h30. Nos dois concertos, o público de Águeda vai reter os melhores sons do jazz africano, trazidos pelo eclético sax de José Maria (o mentor do grupo) e pela voz soberba de Rahima. O quinteto é acolhido em Águeda pela d’Orfeu – Associação Cultural, com a solidariedade da empresa José Maria de Oliveira & Filhos e do Restaurante Gambuzinos.

Historial dos Pazedi
O Pazedi é fundado pelo músico Zé Maria, em Agosto de 1997 no Café Mastop, em Maputo.
No ano de 1998 o grupo fez uma tournée na Ilha de Reunião, tocou com os professores da conservatória de jazz e realiza múltiplos workshopes por toda a ilha.
Em 1999 o grupo faz concertos nos clubes e bares de jazz de Maputo.
O ano 2000 é marcado pela entrada na formação da cantora Rahima, realizando o grupo uma longa digressão pela Suazilãndia.
Em 2001, o Pazedi realiza concertos nas Províncias de Gaza e Inhambane e participa em workshopes com músicos do centro de África e Europa na capital Maputo.
O ano de 2002 afirma o projecto musical do grupo que se caracteriza por um estudo dos ritmos tradicionais e sua recriação em novas sonoridades de afro-jazz tradicional, reflexo do variado e multifacetado percurso de pesquisa realizado pelo seu líder, compositor e arranjista, Zé Maria, pela musica tradicional de Moçambique e pelas suas experiências com músicos de jazz de África, Estados Unidos da América e Europa.
O som desta formação percorre sonoridades da riqueza rítmica da música moçambicana, sendo a percussão e os sopros elementos que, conjuntamente com a voz e as danças de Rahima, o caracterizam com forte originalidade e poder comunicativo.
Na sua digressão a Portugal e Espanha, o Pazedi irá apresentar um concerto só de originais, confirmando o óptimo momento que passa no panorama musical de Moçambique e da África Austral.

Ficha Técnica:
Zé Maria - saxofone, flauta, m´bira, xitende, congas e voz
Paito - bateria e percussão
Dino - viola baixo
Orlando - viola solo
Rahima - voz e percussão

quinta-feira, 19 de setembro de 2002

Curtas Setembro 2002

Aulas de Músicas Tradicionais retomam na d’Orfeu
A formação em Músicas Tradicionais na d’Orfeu retoma neste mês de Setembro. O corpo de formadores acolhe novas mais-valias, para além da presença de Artur Fernandes, agora como responsável pedagógico permanente.
A par do forte impulso da concertina, resultante de um percurso desde 1995 na associação, neste ano de 2002 reforçado com a realização da “Cimeira do Fole”, a oferta formativa da d’Orfeu contempla ainda os cordofones populares (viola braguesa, bandolim, cavaquinho e a rabeca), flauta transversal, piano, guitarra, baixo e contrabaixo de cordas. Também a formação em gaita de foles, a funcionar em regime pontual, terá neste trimestre uma segunda fase, depois do arranque em Julho passado.
O Curso “Tocata” na d’Orfeu valoriza as músicas tradicionais num quadro de complementariedade entre os diversos géneros musicais e assumindo a convivência, neste tipo de formação, de instrumentos tradicionais com outros convencionalmente não tradicionais. A d’Orfeu garante, com o Curso Tocata, o compromisso pedagógico de que não deve nunca abdicar, enquanto estrutura potenciadora de hábitos artísticos e culturais em Águeda.

Gentes da d’Orfeu abalaram à Catalunha

Gentes da d’Orfeu abalaram à Catalunha desde o dia 5 de Setembro onde, primeiro, devoraram alguma da imensa programação da Feira de Teatro de Tárrega - uma mostra consagrada de teatro internacional a que assistimos pela segunda vez, agora em comitiva alargada - e, depois, em Lleida, até 14 de Setembro no II Encontro Europeu “Jovens para a Dignidade”, entre grupos de organizações juvenis da Roménia, Inglaterra, Alemanha, Espanha, numa acção promovida por uma organização social catalã, a Prosec, ligada à inserção social de jovens desfavorecidos. Esta participação visa promover o contacto de associações juvenis de diferentes quadrantes, cuja actividade contemple uma função social.

Andamento em Andamento
A 20 de Setembro, no Cine-Teatro São Pedro, o colectivo poético-musical “Andamento” da d’Orfeu, com a colaboração da Escola Secundária Marques de Castilho, participa no espectáculo comemorativo dos 25 anos da Cerciag, no Cine-Teatro São Pedro, a convite daquela instituição, com a qual temos cruzados solidários caminhos.
No dia seguinte, 21 de Setembro, a convite da ABARCA, o colectivo Andamento apresenta, na abertura da Exposição sobre a 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, uma intervenção poético-teatral dedicada aos dois heróis que “viajaram por ares nunca dantes navegados”.

Outono sempre a eventar

À bica para sair na próxima estação cultural, estão dois eventos da d’Orfeu: o Festival O Gesto Orelhudo - numa inédita edição de Outono - e o inevitável OuTonalidades.
O Gesto Orelhudo, que se assume novamente anual, apresentará nesta 3º edição, uma programação internacional ligada ao humor músico-teatral, com uma programação que se promote explosiva! Decorrerá de 11 a 18 de Outubro (há que apontar na agenda) e terá residência no Auditório de Recardães, numa opção de descentralização com respostas logísticas cabais à maturidade deste festival de fusão. Foi assumida a realização desta edição d’ O Gesto Orelhudo no Outono, privilegiando a programação de sala, daquele que foi um evento com características estivais de ar livre nas duas primeiras edições, em 1999 e 2001.
Já o OuTonalidades regressa para a sua 6ª edição, vindo multiplicar a festa que se repete anualmente nos bares do concelho de Águeda, com uma programação imensa de animações e música ao vivo até que se finde o Outono.

terça-feira, 6 de agosto de 2002

Um tempo dorfundido

Je fais j'agis j'acte
Je bouge mon corps
Je fais j'agis j'acte
Je bouge mon corps

A black town came into my dreams
Black eyed black monsters black gods

Al fondo del bote
te observo a remare
perdida la rota e la terra ferma

Têm todos uma maneira estranha de dizer as coisas!
Mal os vimos, tivemos logo um feeling. Esta d'orfusão vai ter himalaias de interesse! É verdade que ficámos meio apardalados com os da escola de circo. Os franceses! Isto é gente capaz de correr a maratona com os pés para cima! E em termos de fogo, já tenho visto muita coisa, mas eles deitam cada fogueira pela boca, que a d'Orfeu nem precisava de iluminação à noite.
Mas tudo estava nos conformes, se eles não fossem poetas! Poetas, isso mesmo! Deve ser por andarem sempre nas alturas, ou de cabeça às avessas, que ficam assim, a achar que o mundo tem carência de humanidade, de humanité, como eles dizem!
Os da escola de artes da Hungria são mais tipo "lagoa azul". Mais doces, mais meigos, mais rosamente enamorados, mais louramente nórdicos, mais passeantes sobre as nuvens, onde querem tocar com a voz e com a suprema leveza do ser, mais anjos rafaelitas.
Mas, surpresa mesmo trouxeram os italianos. Estávamos à espera de robertos, tuti robertos, tuti ragazos de sorrisão largo, olhos largos, bom giorno a qualquer hora, de camara em guarda, sempre prontos a encenar e vem um grupo de músicos, de gosto mais radical, com um leve saborzinho a brasileiro. E... brasileiro por brasileiro, nós não ficamos a dever nada a ninguém!
Mas a falar a verdade, ficámos formigueiramente nervosos!
Tínhamos quinze dias para mostrarmos que estávamos à altura!
Logo, no primeiro dia, falámos do nosso Pessoa, do nosso mar salgado, das nossas lágrimas e eles ficaram a perceber que ainda temos o sonho de partir, embrulhado na bruma, mas sonho sempre!
Depois, a pouco e pouco, fomos aprendendo a engolir o fogo e a vestir piruetas com poemas, com os franceses, a lavarmos a alma de azul, com aquele jeitinho de dançar a ternura, com os húngaros, a radicalizarmos as cordas das nossas guitarras e a arquitectarmos um banquete de pasta, com os italianos. Eles aprenderam também a partir e a sonhar connosco.
As nossas palavras dorfundiram-se. O nosso tempo dorfundiu-se.
E todos começamos a traduzir aquela palavra que nos arranha a alma como urtigas. Traduzimos d'orfusão que agora não é mais que saudade sonhadoramente circense e azul deste tempo de quase utopia, vivido dorfundidamente num quintal, com um pozinho de terra a cobrir-nos o corpo e uma imensa música a cantar-nos na alma.

Odete Ferreira

Vamos à Catalunha?

5 a 8 Setembro Feira de Teatro de TÁRREGA
a maior concentração de teatro de rua por metro quadrado
dezenas de espectáculos por dia (alguns a pagar outros livres)
acampar ou ficar na carrinha ou procurar alojamento local
ingressos + alimentação por conta de cada um

9 a 14 Setembro Acção “Jovens para a Dignidade”, LLEIDA
intercâmbio com espanhóis, alemães, romenos e ingleses
temáticas ligadas aos jovens desfavorecidos na Europa
alojamento em centro de juventude + 3 últimas noites campismo no Pirinéus
tudo por conta da actividade


COMITIVA: 6 JOVENS 15-25 ANOS + 1 ANIMADOR
GASTOS PESSOAIS: OS PRIMEIROS 5 DIAS
NECESSIDADES: TENDA E SACO-CAMA
MAIS INFO E INSCRIÇÕES: NA SECRETARIA ou dorfeu@dorfeu.com

sexta-feira, 2 de agosto de 2002

Curtas d'Orfeu Agosto 2002

Criaturas Criadoras na Hungria
O André, o Hugo e a Anabela são três jovens da d’Orfeu que seguem viagem para Kemence (Hungria), onde estarão de 10 a 20 de Agosto, na acção multinacional “Creator(s) Creatures”, entre outros grupos de jovens artistas da Polónia, Itália, Espanha e a própria anfitriã Hungria. Trata-se de uma experiência conjunta entre cerca de uma trintena de jovens em áreas artísticas tão distintas quanto miscigenáveis como a música, a pintura, a dança, o vídeo, o teatro e a fotografia. Mais uma excelente oportunidade não desperdiçada de mobilidade europeia através das artes, domínio no qual a d’Orfeu vai compensando largamente algum desprezo oficial pela sua missão em termos locais.

Festival de Teatro em Moçambique
Também por fora, mas dentro da lusofonia, o Trigo Limpo teatro ACERT apadrinha a realização de Festival Internacional de Teatro em Maputo, no qual se apresentará com os espectáculos “Abraço de Ferro” (última produção da companhia, que ainda não passou por Águeda) e o conhecido “Soltar a Língua”, para o qual José Rui e Mariana contarão com a participação convidada de Luís Fernandes, da d’Orfeu, nesta aventura músico-teatral em plena África. A permanência da comitiva portuguesa em solo moçambicano prolonga-se de 22 de Agosto a 3 de Setembro.

Novos Voluntários Estrangeiros na d’Orfeu

Este mês de Agosto, de defeso cultural entre portas na d’Orfeu, pela menos na sua extensão visível, é também altura de passagem de testemunho dos voluntários estrangeiros na associação, ao abrigo do Serviço Voluntário Europeu. Vão-se, ao fim de um ano, a francesa Véronique e a polaca Natalia e é altura de se instalarem o italiano Roberto (já viveu connosco todo o mês de Julho) e ao francês Adrien (que chegará em Setembro). No edifício que serviu de quartel-general ao intercâmbio d’Orfusão II será instalada residência destes novos voluntários, por amável cedência de José Maria de Oliveira & Filhos, prolongada que foi para prestar este apoio à actividade da associação.

Agosto é mês do Andanças
Em cada Agosto a agenda reserva-nos sempre mais uma edição do Andanças (em Carvalhais, São Pedro do Sul), destino obrigatório das gentes da d’Orfeu - parceira há vários anos do festival - e de uns milhares de aficcionados das danças e das músicas tradicionais. Seja para tocar, ensinar danças ou bailar dias e noites a fio, o espírito do Andanças já há muito explodiu e se impôs. O Julho na d’Orfeu comprovou, em várias noites, que o movimento dançante iniciado pela PedeXumbo, já criou raízes entre nós. Portanto, mais uma vez as gentes d’Orfeu se cruzarão no Andanças. Da nossa parte, já vamos com um bom ensaio!

terça-feira, 30 de julho de 2002

O Julho da d’Orfeu foi assim:
1 a 7 Julho Escola Cigana de Verão (Praga, Rep. Checa)
1 a 30 Julho campos de trabalho OTL no Espaço d’Orfeu
3 a 7 Julho Curso de Gaita de Foles
6 a 14 Julho Encontro Nacional de SVE’s
9 Julho Os CantAutores no Alandroal
11 a 26 Julho vários concertos, espectáculos e animações
13 a 27 Julho Campo de Férias “Eud’Orf”
16 a 29 Julho Journades de Villandraut (França)
16 a 30 Julho d’Orfusão II (Águeda, Portugal)
18, 19 e 24 Julho concertos da Cimeira do Fole

Eis os números mais ou menos mensuráveis do mês:
2500 refeições fornecidas
120 jovens directamente envolvidos
1200 espectadores dos espectáculos
6 toneladas de madeira colocadas no recinto
900 litros de tinta gastos em pinturas
4 sanitários construídos de raiz
5 edifícios ocupados em Águeda
600 litros de água consumidos
11000 quilómetros percorridos
entre outros números inquantificáveis, como o suor gasto e as horas não dormidas.

Sentidamente vivido o último mês de Julho na d’Orfeu, cumpre-nos partilhar o momento com todas as entidades que apoiaram e ajudaram a concretizar os anseios desta associação cultural. A elas, o nosso agradecimento:
Adega Típica Vicosta
Aníbal Pires, Lda
Associação Cultural e Recreativa de São Martinho
Câmara Municipal de Águeda
Câmara Municipal de Nisa
Cerciag
Coutinho & Coutinho, Lda
Cruz Vermelha Portuguesa - Núcleo de Águeda
Delegação Regional da Cultura do Centro
Empresa Central Serrana de Águas
Escola Secundária Marques de Castilho
Fundação Dionísio Pinheiro
Gráfica Ideal
Instituto Português da Juventude
$Instituto Português das Artes do Espectáculo
José Maria de Oliveira & Filhos, Lda.
Junta de Freguesia de Águeda
Lusotelha
Margens – Desporto & Aventura
Ministério da Cultura
M. Rodrigues, SA
Opticel / Optimus
Pecol - Fábrica de Parafusos, SA
Pé de Xumbo – Associação de Música e Dança Tradicional
Programa Juventude – Comissão Europeia
Programa Operacional da Cultura
Qual - Indústria Metálica, Lda.
Perfiltubo - Fábrica de Tubos e Perfis, Lda.
Rall - Nobiliário e Soluções para Escritório, SA
Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra)
Trigo Limpo teatro ACERT

Por outro lado, confessamos que o “desapoio oficial” da autarquia, mais uma vez nos incentivou a prosseguir a missão cultural de que nos investimos neste ano de 2002 em Águeda. Portanto, obrigado a todos!

Venha daí O Gesto Orelhudo em Outubro!

domingo, 28 de julho de 2002

Espectáculo d’Orfusão encheu o quintal

Um espectáculo efémero e intimista acolheu o público no último sábado, para conhecer o resultado de cerca de 12 dias de criação artística colectiva entre jovens artistas europeus do circo, do teatro e da música. Um novo aproveitamento do espaço marcou a apresentação deste trabalho multidisciplinar, cuja maior pretensão foi a de comprovar a partilha sem fronteiras que brota de um espaço universal chamado d'Orfeu. Os quinze dias aqui passados por húngaros, franceses, italianos e portugueses foram retratados no espectáculo de sábado, que fechou sentidamente a programação de Julho na d'Orfeu, perante a plateia que “encheu” mais uma vez o quintal.

quinta-feira, 25 de julho de 2002

Espectáculo multicultural d’Orfusão

Espaço d’Orfeu | 27 Julho 2002 | 22:00

École de Cirque Guy Rapépo (França)
Ady Endre Gimnázium (Hungria)
Associazione Brancaleone (Itália)
d’Orfeu – Associação Cultural (Portugal)

d’Orfusão: este neologismo nado em Águeda preconiza o espectáculo mais bonito do mundo. É o espectáculo da vida como um palco, onde todos os sonhos se desvendam num toque, num canto, num pulo!

Estão connosco, portugueses da d’Orfeu, mais de uma trintena de jovens artistas franceses, húngaros e italianos. Em ebulição está a construção do espectáculo que encerra esta louca experiência de partilha artística e que tomará de assalto os palcos do Espaço d’Orfeu, na noite do sábado 27 de Julho.

Uma autêntica celebração multicultural, o resultado artístico explosivo de quinze dias de fusão entre uma escola de circo francesa, uma associação multimédia italiana e um colégio de artes húngaro, em conjunto com a d’Orfeu, a associação anfitriã. Desse trabalho conjunto resulta este espectáculo pluridisciplinar, de todo incógnito, fundindo tradição com inovação, entrecruzando as culturas recônditas com a universalidade europeia.

Encenado por José Rui Martins e Ruy Malheiro (pela parceria d’Orfeu / Trigo Limpo teatro ACERT), o espectáculo d’Orfusão II encerrará em apoteose o mês de Julho. Julgamos ter connosco a força da arte sem fronteiras, capaz de transbordar o Espaço d’Orfeu numa só noite! Em Águeda, sim!

encenação - José Rui Martins e Ruy Malheiro
animadores – Yao Martin, Varhalmi Llona, Renato Criscuolo e Luís Silva
coordenação – Luís Fernandes, Odete Ferreira e Alexandre Baptista
produção – d’Orfeu – Associação Cultural
subvenção - Comissão Europeia / Programa Juventude
apoios - Adega Típica Vicosta | Associação Cultural e Recreativa de São Martinho | Câmara Municipal de Águeda | Câmara Municipal de Nisa | Cerciag | Cruz Vermelha Portuguesa - Núcleo de Águeda | Empresa Central Serrana de Águas | Escola Secundária Marques de Castilho | Fundação Dionísio Pinheiro | José Maria de Oliveira & Filhos, Lda. | Junta de Freguesia de Águeda | Margens - Desporto e Aventura | Pé de Xumbo – Associação de Música e Dança Tradicional | Trigo Limpo teatro ACERT

segunda-feira, 22 de julho de 2002

Breve repórter 22 julho 2002

Tesi, Rivas e Gaiteiros: Julho quente na d’Orfeu

As noites no “quintal” da d’Orfeu foram ao rubro, no fim-de-semana. Primeiro, os concertos da Cimeira do Fole, com o “mago” Riccardo Tesi e o “caliente” Antonio Rivas. Depois, no sábado os Gaiteiros de Lisboa, em concerto pujante e irrepetível. Noites com o alto patrocínio do público! E Julho continua...

quinta-feira, 18 de julho de 2002

d’Orfeu esclarece ponto por ponto

1. A d’Orfeu - Associação Cultural, não bastando o percurso difícil de consolidação das suas propostas culturais em Águeda, conhece desde a sua fundação, em 1995, um convívio instável com a autarquia. Hoje, vê-se alvo de manifestações de repúdio por parte da mesma, após ter publicamente protestado pela indefinição, primeiro, e insuficiência, depois, do apoio municipal a esta associação em 2002.

2. A autarquia foi a primeira e mais privilegiada instituição em Águeda a ter acesso, desde Outubro de 2001, a toda a informação e documentação sobre o ano cultural de 2002 da associação, sentados o coordenador da d’Orfeu, o Senhor Presidente da Câmara e a Senhora Vereadora da Cultura, várias vezes à mesa do gabinete da Presidência da Câmara Municipal. Nas reuniões mantidas nos dias 16 Outubro 2001, 27 Dezembro 2001 e 27 Março 2002, foram aqueles autarcas informados e documentados sobre:
a) o ano cultural de 2002 da associação e a sua programação;
b) os substanciais apoios exteriores do Estado garantidos pela própria d’Orfeu;
c) a realização de um festival temático chamado “Cimeira do Fole” que faria passar por Águeda os maiores nomes mundiais ligados a um instrumento cuja nova projecção se associa hoje claramente a Águeda;
d) a realização, agora anual, do festival O Gesto Orelhudo e portanto a convivência de dois festivais de diferentes temáticas no mesmo ano;
e) a semi-profissionalização decisiva da estrutura humana da associação;
f) o enriquecimento constante do parque de equipamentos da associação;
g) o incremento da circulação nacional dos espectáculos d’Orfeu;
h) a formação permanente que ministra na área das músicas tradicionais, num contexto pedagógico pioneiro em Portugal;
i) a disponibilidade assumida para a animação cultural do concelho em parceria com escolas, colectividades, outros grupos e mesmo com organismos oficiais;
j) o envolvimento de inúmeros jovens em actividades que vão das ocupacionais às artísticas;
k) a mobilidade internacional da d’Orfeu que coloca Águeda no mapa europeu de muita gente e que proporciona a muitos jovens aguedenses uma vivência europeia regular;
l) a emergência de condições e infra-estruturas capazes para o desenvolvimento de todas estas actividades;
m) e o potencial humano e de conhecimento da associação que garante a maior parte da sua capacidade de realização com poucos recursos, traduzidas num orçamento financeiro de cerca de 60.000 contos, no qual a margem de desperdício é mínima.
Espanta-nos assim que o Senhor Presidente da Câmara refute as nossas manifestações de desconforto, tendo em conta a indefinição voluntariamente protelada, meses a fio, com que a autarquia brindou a d’Orfeu neste último semestre de intensa e profícua actividade cultural, aliás publicamente acarinhada.

3. A Câmara Municipal sentiu-se desconsiderada, em comunicado do dia 3 de Julho, por não constar do rol de apoios oficiais da presente programação do “Julho na d’Orfeu”, para mais, invocando o apoio do ano anterior...!

É que o ano 2002 vai já alto e:
a) ficou sem resposta o pedido de apoio financeiro para a programação do dito “Julho na d’Orfeu”, perante um encargo estimado em 55000 Euros;
b) manteve-se indefinido e protelado, durante seis meses, o valor do apoio municipal para 2002;
c) uma vez divulgado, o dito apoio (12500 Euros) representa cerca de 4% do orçamento da associação;
d) ficaram por contemplar pedidos de apoio à aquisição de uma viatura de 9 lugares, por um lado, e de equipamento de som e luz, por outro, num total de investimentos na ordem dos 13.000.000$00;
e) está por responder um pedido de esclarecimento sobre os critérios invocados para a ausência de apoio municipal a duas representações da d’Orfeu em Praga (República Checa), no Khamoro Festival e na Escola Cigana de Verão;
f) e foi pela Câmara Municipal indeferida a instalação de baixadas eléctricas no Espaço d’Orfeu para este mês de iniciativas (o que aconteceu pela primeira vez em sete anos de realizações da d’Orfeu em Águeda e sem qualquer justificação apresentada). Este facto implica “só” que os custos com aluguer e instalação de quadros e com consumos de electricidade estão, pela primeira vez, a ser suportados pela associação numa iniciativa pública.
A menção da Câmara Municipal no rol dos “outros apoios” acontece pelo mero apoio logístico prestado (desbastação da vegetação do espaço, reparações na calçada, concessão de licença com horário extraordinário e transporte e/ou cedência de diversos materiais e equipamentos), o que é manifestamente equivalente a tantos e tantos apoios logísticos prestados por outros organismos, empresas e particulares, bastantes dos quais nem sequer mencionados.
Mais dúvidas não podem restar sobre a notada ausência da autarquia no rol dos apoios oficiais à actividade d’Orfeu em 2002, parcial ou global, dentro dos quais se reclama, mas onde não parece fazer questão prática e efectiva de aí figurar.

4. O comunicado de 3 de Julho da Câmara Municipal de Águeda, na ânsia de proclamar apoios á associação, chega a cometer o lapso imperdoável de referir o fornecimento de refeições na cantina municipal, quando não há memória, desde 1999, de um prato de comida oferecido pela autarquia aos comensais enviados pela associação à cantina municipal. Todos os pedidos de refeições sem encargos foram até hoje indeferidos e todas as refeições regulares ali tomadas são pagas pela d’Orfeu. O último pedido de fornecimento de refeições, que solicitava uma parte mínima (350) das cerca de 2000 refeições que a d’Orfeu deve garantir durante estas iniciativas de Julho, foi também indeferido.

5. Na insistência de fazer crer nos mundos e fundos que aplica na dOrfeu, comete ainda a Câmara Municipal o erro grosseiro de elencar, no seu comunicado, uma série de pagamentos de serviços solicitados pela autarquia como se de subsídios se tratassem. A saber:
a) espectáculo inserido na Assembleia Municipal comemorativa do 25 de Abril - Andamento (250 Euros);
b) presença na Expo-Regiões - espectáculo Os CantAutores (500.000$00);
c) e participação na recepção à comitiva de Sint-Gilis Waas - espectáculo Toques do Caramulo (100.000$00).
Grosso modo, tratou-se de pagamentos de despesas fixas com essas actuações, num contexto de prestação de serviços, evitando até que fosse a autarquia, enquanto promotora, a assegurá-los com custos bem mais elevados.
Também a menção à participação da d’Orfeu no dia europeu sem carros (150.000$00) enferma de oportunismo de circunstância, uma vez ter-se tratado de uma proposta de mais-valia para um programa promovido pela Câmara Municipal, com um alívio parcial diminuto das despesas da d’Orfeu com o concerto do trio de Pedro Jóia, promovido nessa ocasião municipal.
Somadas estas verbas, a Câmara Municipal subverte em cerca de 4000 Euros (aproximadamente 800.000$00) o valor dos subsídios atribuídos.

6. A autarquia, no seu comunicado, desafia ainda a d’Orfeu a divulgar os valores dos restantes apoios oficiais e mecenas, querendo comparar-se a eles, duvidando mesmo daquilo mesmo que conheceu documentadamente, desde o final do ano passado, nas reuniões conjuntas realizadas na Câmara Municipal.
Sabendo e lembrando que:
a) o IPAE / Ministério da Cultura financia a actividade global da d’Orfeu em 2002 com uma subvenção de 15.000.000$00 onde se incluem os encargos com a Cimeira do Fole e que a esse montante acrescem mais 5.194.000$00 de subsídio para a realização da 3ª edição do Festival O Gesto Orelhudo em Outubro próximo;
b) a associação tem aprovada mais uma subvenção de 9.793.435$00 para aquisição de equipamento de som e luz, através do Programa Operacional da Cultura, portanto perfazendo-se um total estatal a rondar os 30.000.000$00 de financiamento;
c) a Comissão Europeia, através do Programa Juventude, financia o acolhimento em Águeda do intercâmbio multiartístico d’Orfusão com uma subvenção total de 32400 Euros;
d) os apoios de outros organismos como o Instituto Português da Juventude ou o INATEL somam cerca de 2.000.000$00 de apoio financeiro em 2002;
e) a Delegação Regional da Cultura do Centro suportou os custos de aquisição e de formação de gaita de foles que abriu este mês na d’Orfeu, num montante de 2500 Euros;
f) as 8 (oito) empresas mecenas da d’Orfeu em 2002 (M. Rodrigues SA, Coutinho & Coutinho Lda, Lusotelha, Gráfica Ideal, Opticel/Optimus, Rall, Aníbal Pires Lda e Pecol) financiam a actividade da associação em cerca de 4.200.000$00 no seu conjunto;
g) e uma percentagem considerável do volume orçamental da associação resulta da capacidade de auto-financiamento através das suas iniciativas e actividades múltiplas;
não tem fundamento a indignação pelo facto de a autarquia constar no fundo da lista de apoios da d’Orfeu.

7. Perante os motivos apresentados, não aceitamos a insinuação grave do Senhor Presidente da Câmara ao dizer que a d’Orfeu pretende que a autarquia pague todas as suas despesas. Não haverá concerteza no concelho associação com maior capacidade de auto-iniciativa e auto-financiamento que a d’Orfeu.
A associação mais não tem que vindo a lançar à Câmara Municipal, o desafio de esta se aproximar dos apoios afectados à d’Orfeu pelo Estado, apelando a uma participação autárquica no orçamento da associação que seja decisiva para a consistência da sua acção cultural regular. Desde que assumida uma parceria efectiva da autarquia com a associação, seria completamente justo um suporte financeiro municipal na ordem dos 25% do orçamento da d’Orfeu, a título da mais-valia cultural que daí pudesse frutificar para o concelho. Ora, com os 12500 Euros que a Câmara Municipal fez aprovar à pressa antes da nossa conferência de imprensa, estamos a falar de 4% (quatro por cento) de participação da autarquia no bolo global do que representa a actividade da d’Orfeu em Águeda. Quer isto dizer que hoje, é a própria associação a responsável por mobilizar os restantes - pasme-se - 96% do financiamento que suporta as suas actividades.
São aqueles fundos públicos canalizados para Águeda pela acção de uma associação local, sem que a autarquia os legitime, o que implicará a futura perca deste tipo de apoios para outros municípios onde outras instituições, aí sim, contem com o apoio efectivo das suas autarquias para a afectação de dinheiros estatais da tutela da Cultura para os seus concelhos.

8. Para que não restem dúvidas sobre a aplicação dos dinheiros públicos afectos à d’Orfeu em 2002, a d’Orfeu - Associação Cultural disponibiliza a consulta pública de toda a sua documentação contabilística, organizada que está de acordo com o P.O.C. e sob a supervisão de um gabinete de consultadoria. Todos os apoios públicos atribuídos são objecto de despachos oficiais, pelo que os respectivos organismos podem igualmente confirmar a atribuição desses apoios. Muitos deles são, inclusivé, publicamente divulgados em jornais de tiragem nacional ou mesmo em Diário da República.
Igualmente disponível se encontra toda a documentação e correspondência trocada com a edilidade (que lembramos ter sido presente aos jornalistas, na conferência de imprensa de 4 de Julho), por forma a situar e a demonstrar a passividade da autarquia na definição de um apoio anual solicitado desde Outubro e definido apenas em Julho, por força da nossa manifestação pública de desagrado.

9. Por outro lado, acaba por assumir definitivamente o Senhor Presidente da Câmara o seu “fantasma” político em relação à d’Orfeu, querendo fazer crer, nas suas declarações, que uma manipulação existe para fazer oposição à Câmara Municipal.
Os méritos da d’Orfeu foram e são feitos do calor das suas propostas e do despretenciosismo de se querer relacionar com todos, sabe Deus com que respostas. Por outro lado, deparamo-nos com a aparecimento sistemática de obstáculos, normalmente a reboque de algum pioneirismo dos nossos métodos de serviço cultural em Águeda. Os últimos tempos, então, foram pródigos em contradições, incoerências e na imposição de regras, do mais desusado que há, no que toca a apoios culturais, com critérios avulsos que só nivelam por baixo e não estimulam nada nem ninguém. A pensarem assim o Senhor Presidente da Câmara e os seus pares, temos razões para pensar que a opção será sempre a de cercear todas as tentativas de inovação e mais-valias. Neste cenário, quem mais faça mais é penalizado e desincentivado. Isto é dado concreto!

10. Ao anunciar e ao aprovar em dois dias o subsídio de 12500 Euros para o ano de 2002, a Câmara Municipal provou que, no que toca à d’Orfeu, afinal é por pressão que funciona. Tristemente, não temos ainda exemplos de reconhecimentos municipais verdadeiros e os apoios municipais conseguidos não aconteceram nunca por auto-iniciativa de quem decide.

11. Reafirmando e demonstrando aqui como a autarquia evita apoiar esta associação, com posições e decisões que representam verdadeiro DESAPOIO OFICIAL, a d’Orfeu - Associação Cultural reivindica o reforço adequado do subsídio de 12500 Euros ora aprovado pela autarquia, esperando uma redefinição desse montante a breve prazo.
Não podemos sujeitar o nosso esforço a um apoio que representa 4% do trabalho cultural da d’Orfeu em benefício directo da cidade e dos munícipes.


Águeda, 18 de Julho de 2002

Gaiteiros de Lisboa em Águeda

Águeda é um dos destinos na rota de promoção de Macaréu, o novo disco dos Gaiteiros de Lisboa. Macaréu é um trabalho mais conceptual, arriscado e por isso mesmo estimulante. É um disco que reinventa uns Gaiteiros de Lisboa dentro dos próprios estilos por eles inventados, mantendo a ligação ao passado mas sobretudo arriscando novos formatos e abordagens. Há mesmo quem diga que depois de José Afonso ou Fausto vêm os Gaiteiros de Lisboa - em termos de composição, provocação e inovação na música portuguesa. Verdade ou não, os Gaiteiros são aqueles que conseguem encher a Aula Magna de Lisboa, atraindo uma autêntica legião de fãs - igualando por vezes as enchentes de público de muitas estrelas da pop. Populares, inventivos, criadores de instrumentos - ou de tudo o que possa produzir som (afinado ou não) - os gaiteiros são autênticos fazedores e contadores de tradições.
in attambur.com

GAITEIROS DE LISBOA
ÁGUEDA | Espaço d'Orfeu
sábado 20 Julho 2002 | 22:00

segunda-feira, 15 de julho de 2002

CURTAS Julho 2002

Os CantAutores no Alandroal
A d’Orfeu apresentou o seu espectáculo Os CantAutores na programação da Expo-Guadiana, no Alandroal, na passada terça-feira 9 de Julho. Em tempo de agitação na d’Orfeu, o elenco deu uma fugida ao Alto Alentejo para, uma vez mais encantando a plateia, continuar esta homenagem que vive agora também em disco.

Belíssimo jazz na d’Orfeu
Três noites de jazz, no último fim-de-semana, aqueceram o arranque deste imenso mês no Espaço d’Orfeu. Conquistaram o público o delicioso jazz vocal de Sofia Ribeiro na quinta, os standards dos Quadratura na sexta e a excelência improvisativa dos Heart of Trio no sábado. O jazz ficou nos ouvidos...

As gaitas já tocam na d’Orfeu

Decorre na primeira semana de Julho o curso de gaita de foles que envolveu diversos formandos, músicos de diversas origens que ficaram entusiasmados com os trabalhos. Dois exemplares do instrumento vivem já na d’Orfeu e agora ouve-se, volta e meia, o peculiar ronco pela Venda Nova acima.

Encontro Nacional de Voluntários Estrangeiros
A Véronique e a Natalia estão terminar um ano de voluntariado na d’Orfeu. Entretanto não quiseram deixar de organizar em Águeda um encontro dos voluntários estrangeiros em Portugal e, na d’Orfeu, por cá estiveram até domingo passado mais de uma quinzena de jovens de toda a Europa, com o desígnio comum de prestarem actualmente serviço voluntário em entidades portuguesas do Minho ao Algarve.

Em Villandraut num castelo
Estão já em França desde domingo os jovens portugueses que da d’Orfeu abalaram para uma aventura de animação artística no castelo de Villandraut, em conjunto com outros grupos de França, Itália e Espanha. Em tempo de d’Orfusão cá, outras fusões se constroem por essa nossa Europa.

d’Orfusão II arranca esta semana

Chegam a Águeda na próxima terça-feira os jovens artistas de Itália, França e Hungria que, com elementos da d’Orfeu, construirão o espectáculo multicultural d’Orfusão a ser apresentado a 27 de Julho no Espaço d’Orfeu. Pelo segundo ano, vai instalar-se a convivência da cidade com estes jovens. Cá estamos para a viver de perto!

quarta-feira, 3 de julho de 2002

Julho na d’Orfeu

Um quintal adaptado a recinto multi-funções, três palcos, um pátio gastronómico, um café-concerto, uma zona de camping, acesso internet e todo um espaço que comunga com o edifício onde funciona a associação, serão cenário de um Julho a fervilhar de animação na d’Orfeu.

Por aqui vão acontecer concertos da Cimeira do Fole, um fim-de-semana dedicado ao jazz, um grande piscar-de-olhos à gaita de foles, uma co-produção europeia multicultural e uma série de outros espectáculos, tudo com a presença em permanência de dezenas de jovens europeus em residência artística ou de voluntariado.

Cumprindo o atributo cultural da d’Orfeu no calor do seu espaço, todo ele informal, esta programação de Julho vem na linha do que têm sido as propostas da d’Orfeu junto do público, com o qual a associação partilhará este mês em festa, em território que se quer comum: o Espaço d’Orfeu, em Águeda.

PROGRAMA

quinta 11 Julho 22:00 café-jazz SOFIA RIBEIRO QUINTETO
Sofia Ribeiro – voz | Rui Leite – contrabaixo | Pedro - piano | Tiago – bateria | Rui Teixeira - sax

sexta 12 Julho 23:00 café-jazz QUADRATURA JAZZ
João Neves – guitarras | ZéTó Rodrigues – baixo | Óscar Graça – piano | António Bastos – bateria

sábado 13 Julho 24:00 café-jazz HEART OF TRIO
Miguel Calhaz – contrabaixo | Marco Figueiredo – piano | Marcos Cavaleiro – bateria

Três cafés-concerto dedicados ao jazz, animam o 2º fim-de-semana de Julho, o primeiro com atenções de palco, por enquanto no ambiente intimista do pátio. Com o "swing" dos standards e das improvisações, as noites tardias da d’Orfeu começarão a aquecer, com momentos de puro prazer. Um quinteto de uma senhora voz em estreia, um quarteto repetente sempre bem-vindo e um trio de músicos "habitués" compoem esta proposta de jazz a abrir o Julho. Jazz puro e duro, simples e despretencioso, tal como o espaço e o público que o recebe.

entradas de 0,50 a 2 euros

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quarta 17 Julho 22:30
contra-baile UXU KALHUS vs. TOQUES DO CARAMULO

De um lado, as danças europeias (Uxu Kalhus, da PédeXumbo). Do outro, as danças regionais (Toques do Caramulo, nascidos da parceria d’Orfeu / Os Serranos). Com os dois colectivos musicais (a) postos, um animador de cada grupo confunde-se no público e provoca a espontaneidade da dança e do folguedo perante este concerto cruzado. Que melhor homenagem à intercultura europeia, na recepção aos jovens artistas europeus então chegados a Águeda para o intercâmbio artístico d’Orfusão?

UXU KALHUS | Paulo Pereira – flautas | Celina Piedade – acordeão | Vasco Casais – cordofones | Hugo Menezes e Nuno Patrício – percussões | Lisou – animadora || TOQUES DO CARAMULO | Luís Fernandes – acordeão | Mara Abrantes – concertina | Francisco Almeida – cordofones | Teresa Almeida – flauta | Joca – rabeca | Rui Oliveira – baixo | Sr. Francisco Silva – animador

entradas livres

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quinta 18 Julho 22:00
concerto RICCARDO TESI & BANDITALIANA (Itália)

O regresso do mestre italiano, agora com a sua Banditaliana. A Cimeira do Fole, apostada em fazer passar por Águeda as maiores referências da concertina (vulgo acordeão diatónico), cumpre com Tesi mais uma etapa essencial. Riccardo Tesi sintetiza, no seu repertório, o cruzamento da música tradicional italiana com uma série de outras influências, entre as quais o jazz. A Banditaliana é um projecto de retorno às origens da Toscânia, com excelentes músicos capazes de cruzar as raízes da tarantella com uma enorme diversidade de estilos.
O concerto do quarteto no Espaço d’Orfeu mostrará Tesi no seu melhor, longa vai a sua carreira e o número de colaborações musicais a que se tem votado (com Kepa Junkera e John Kirkpatrick no "TransEurope Diatonique" ou com Patrick Vaillant, com quem tocou em Águeda em 1999). O encanto sonoro da Banditaliana é resultado de uma música renovada ao balanço diatónico “do organetto de Riccardo Tesi.

Riccardo Tesi – concertina | Maurizio Geri – guitarra | Claudio Carboni – sax | Ettore Bonafè – percussões

entradas de 1,5 a 6 euros

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sexta 19 Julho 22:00
concerto ANTONIO RIVAS Y SUS VALLENATOS (Colômbia)

Quente, quente, o concerto deste colombiano. Chamemos-lhe antes festa: figura ímpar da cumbia, Antonio Rivas solta fogachos da sua concertina, ao ritmo imparável de Sus Vallenatos, uma plebe de instrumentistas devotos do ritmo latino-americano, que promete aquecer esta noite de sexta-feira. Altamente festivo, mais um concerto grande desta imparável Cimeira do Fole.

Antonio Rivas – concertina | Hugo Hernandez – sax, clarinete, flauta | Juan Forero – congas | Boris Caicedo - Timbales | El Chino – Guacharaca | Daniel Farias - baixo

entradas de 1,5 a 6 euros

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sábado 20 Julho 22:00
concerto GAITEIROS DE LISBOA

Macaréu é o disco que marca o guião do novíssimo concerto dos Gaiteiros, grupo maior do panorama da nova música tradicional em Portugal. Este espectáculo vive de complexos mas entusiasmantes arranjos, a par de textos irreverentes, brilhantemente adaptados às melodias, aos ritmos e aos esquemas vocais polifónicos. Um estilo inventado e completamente original, mas já característico do percurso dos Gaiteiros de Lisboa.
A passagem dos Gaiteiros por Águeda, por oportunidade julgada única, numa altura em que o grupo se afirma cada vez mais internacionalmente, não se dissocia também do arranque de uma intenção formativa da d’Orfeu ligada à gaita de foles.
Os macaréus são umas ondas muito altas, da família das pernaltas e maiores do que um pardal, mas sem as penas, nem as partes comestíveis, nem a caixa dos fusíveis, nem a corda do estendal tudo motivos para um grande concerto, definitivamente a não perder, no "quintal" da d’Orfeu!

Carlos Guerreiro | José Manuel David | Paulo Marinho | José Salgueiro | Rui Vaz | Pedro Casaes | Paulo Charneca

entradas de 2 a 8 euros

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quarta 24 Julho 22:00
concerto JULINHO DA CONCERTINA (Cabo Verde)

O funaná de Cabo Verde à concertina e ao ferro, na sua mais pura expressão. Julinho, um resistente da cabo-verdianidade no exterior, saca da concertina o balanço típico da ilhas mestiças. Com a concertina ao colo, os olhos de Julinho têm um brilho feliz, uma pontinha de sorriso malicioso sobressai da cara cheia. E o funaná começa a fazer ouvir-se, forte, pungente esse som rural de acordes repetitivos genuínos ganha espaço e aí, dançar é "sabe"!

Julinho da Concertina – concertina | Toni Tavares – ferro | João – baixo | Tomás -- bateria

entradas de 1,5 a 6 euros

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quinta 25 Julho 22:00
espectáculo SONOPLÁSTICA, pela Roda Pedaleira

O novo espectáculo da Sonoplástica, com uma nova formação, mas o mesmo princípio de inovação musical a partir de tubofones, frigideirofones, tubos de PVC, garraforgões, vassouras, chinelos de praia e companhia. Um concerto sui generis baseado num ror de instrumentos inventados, que repete a presença da Sonoplástica em Águeda, após a excepcional abertura do Festival O Gesto Orelhudo em 2001. Os músicos da Sonoplástica são exímios intérpretes, construindo um repertório improvável que abrange os mais variados estilos e influências musicais. A cheirar a Orelhudo que vem lá mais para a frente.

Fernando Mota | Alexandre Pedro | Rini Luyks

entradas de 1 a 4 euros

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sexta 26 Julho 24:00 café-concerto CLAVE DE XUVA vs. MOSSA-NOVA

Um café-concerto em dose dupla, para manter acordadas as hostes, numa altura em que já vai alto o Julho na d’Orfeu. O serão terá sido tomado por ensaios gerais do espectáculo d’Orfusão II, pelo que à meia-noite, a festa tardia se repete no tomar dum copo e no fruir da música dos Clave de Xuva e do Quarteto Mossa Nova, dois grupos habituais das noites na d’Orfeu, capazes de alimentar o espírito informal que por estas horas se vive no pátio.

CLAVE DE XUVA | Paulo Brites – guitarra | Joca Ben – guitarra e voz | Rui Oliveira – baixo | João André – bateria || QUARTETO MOSSANOVA | Teresa Ferreira – piano | Sara - voz | Miguel - baixo | Rui Silva – bateria

entradas livres

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sábado 27 Julho 22:00
espectáculo multicultural D’ORFUSÃO II

École de Cirque Guy Rapépo (França)
Ady Endre Gimnázium (Hungria)
Associazione Brancaleone (Itália)
d’Orfeu – Associação Cultural (Portugal)

Uma autêntica celebração multicultural, o resultado artístico explosivo de quinze dias de fusão entre uma escola de circo francesa, uma associação multimédia italiana e um colégio de artes húngaro, em conjunto com a d’Orfeu, a associação anfitriã. Desse trabalho conjunto resultará um espectáculo pluridisciplinar, fundindo tradição com inovação, entrecruzando culturas recônditas com a universalidade europeia.
Com encenação de José Rui Martins e Ruy Malheiro (pela parceria d’Orfeu / Trigo Limpo teatro ACERT), o espectáculo d’Orfusão II encerrará em grande o mês de Julho. Será a força da arte sem fronteiras capaz de fazer transbordar o Espaço d’Orfeu numa só noite? Toda a Europa em Águeda

encenação - José Rui Martins e Ruy Malheiro (Trigo Limpo teatro ACERT) | animadores – Yao Martin, Varhalmi Llona, Renato Criscuolo e Luís Silva | coordenação – Luís Fernandes e Odete Ferreira | produção – d’Orfeu – Associação Cultural

entradas de 1 a 4 euros

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produção e programação
d’Orfeu - Associação Cultural

apoios oficiais
Programa Juventude – Comissão Europeia | Programa Operacional da Cultura | Instituto Português das Artes do Espectáculo
Ministério da Cultura | Delegação Regional da Cultura do Centro | Instituto Português da Juventude

mecenas
M. Rodrigues, SA | Coutinho & Coutinho, Lda | Lusotelha | Gráfica Ideal | Opticel / Optimus | Rall | Aníbal Pires, Lda. | Pecol

outros apoios
Adega Típica Vicosta | Associação Cultural e Recreativa de São Martinho | Câmara Municipal de Águeda | Câmara Municipal de Nisa | Cerciag | Cruz Vermelha Portuguesa - Núcleo de Águeda | Empresa Central Serrana de Águas | Escola Secundária Marques de Castilho | Fundação Dionísio Pinheiro | Junta de Freguesia de Águeda | Pé de Xumbo – Associação de Música e Dança Tradicional | Qual | Perfiltubo | Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) | Trigo Limpo teatro ACERT