sexta-feira, 26 de maio de 2000

Já Conserto

Espaço d'Orfeu, 26 Maio 2000

Foram rodos de gente a seguir jardim acima e, uma vez em chão que nasce, deixaram aventurar-se por conta dos riscos e rabiscos do Já Conserto.
Espontânea e definitivamente se instalaram sons na sala dos instrumentos, paredes meias com um corredor não raro congestionado, enquanto por cima se ouviam passos de muitos no sótão, também eles por certo à procura de tudo e de nada; terão encontrado tudo aquilo que não se acha. À mesma hora, o pátio era auditório tanto daquilo que acontecia no alpendre como do que se vislumbrava à meia-luz na varanda do sótão, lá em cima imponente. O bard'O, em início de carreira, desde as nove e meia não mais vazou de um público nem culto nem leigo, antes pelo contrário.
Com todo o público compartilharam o Espaço d'Orfeu numa única noite, tetos do Conservatório de Música de Águeda, poesos do Grupo Poético de Aveiro e possessas de cajueiros da Escola Secundária Marques de Castilho, pinturiadads do Qua'Arte mai-los seus pupilos musicários ora em formato jotapêé ora numa d'improvício, para além de Máscaras Descaradas, Cardumes, HáCáEcoHás, Biombos da Festa e outros que tais, vulgo d'Orfeu.
Tão velhas paredes transpiraram, tudo em honra das novas aragens que lhe amaciam a idade da pedra. São ares de uma cultura nova e contagiante, daquela que há cinco anos poisou por aqui e que, pelso vistos, lançou antídotos aos instalados comodismos.

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